No Paraná, em julho do ano passado, a tonelada custava R$ 410. Atualmente, tem sido vendida a R$ 530. Especialistas explicam que o motivo dessa alta é o mercado mundial, seca na China, alta demanda no Oriente Médio e baixos estoques nos Estados Unidos. Além disto, a situação na Argentina foi determinante. A safra, de 14,7 milhões de toneladas, foi a melhor dos últimos quatro anos.
Segundo o presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, a Argentina tem exportado de modo mais lento, e, apesar de possuir um bom estoque, estão segurando os grãos. Com menos trigo vindo do país vizinho, os preços no mercado interno aumentam.
? Dos 14,7 milhões, a Argentina consome de seis a sete milhões, o restante é para exportação. O Brasil precisa de 10 milhões e colhe apenas seis milhões. Da Argentina, o Brasil busca mais quatro milhões e ainda importa um milhão do Uruguai e Paraguai. Isto acontece porque o Brasil precisa de trigo de qualidade e daí acaba exportando o excedente produzido aqui para outros países ? explica Pih.
O analista da Safras e Mercados Elcio Bento, acredita que a tendência é alta, porém recomenda cautela.
? Estamos num momento de incerteza, em que o mercado aguarda números da próxima safra mundial. Dependendo do que aconteça, do que os números mostrem, em que vai acontecer com os estoques da próxima safra, nós teremos o ponto fundamental para determinar os preços no mercado brasileiro ? informa Bento.