Entretanto, a documentação técnica ainda não foi entregue ao Cade. O prazo vence no início de junho. Na saída da reunião, os dirigentes não quiseram dar mais detalhes. Segundo o presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan, este foi o primeiro contato com o Conselho.
? Nós estamos preparando a documentação e, no prazo certo, vamos entregar ? afirmou Furlan.
O presidente do Cade, Arthur Badin, disse que só poderá falar melhor sobre o caso quando receber a documentação. Porém, segundo ele, a assinatura de um acordo de previsão de reversibilidade parece ser dispensável. O termo obriga as empresas a operarem separadamente até a conclusão do processo.
? Tem que ser analisado quando os dados vierem, mas pelo que foi reiteradamente dito nesta reunião e até na imprensa, os dois empresários garantiram que os negócios vão ser mantidos separadamente. Então não acho que seja necessário qualquer medida por enquanto ? declarou Badin.
Segundo o presidente do Cade, o tempo médio de análise dos casos é de 47 dias. Porém, pela complexidade, especialistas acreditam que o julgamento da fusão da Sadia e da Perdigão deve demorar bem mais.
? Se as empresas de fato tiverem interesse em agilizarem o processo, é muito importante que elas forneçam as informações da melhor forma possível e todas que forem requisitadas o mais rapidamente possível. Se isto acontecer, é possível que agente tenha uma redução considerável no tempo de análise desse caso, mas eu não criaria uma expectativa inferior a um ano ? explicou Cleveland Prates, ex-conselheiro do Cade.
A comissão de valores mobiliários informou em nota que está acompanhando o caso e verificando se as empresas estão cumprindo a lei e a regulamentação na tarefa de manter o mercado informado. As operações de fusão são deliberadas em assembléias geras de acionistas e independem de registro na Comissão se Valores Mobiliários (CVM).