A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) informou nesta quinta-feira, dia 29, em nota, que tem acompanhado os casos envolvendo a comercialização de café com impurezas no estado de Minas Gerais e que apoia a operação do Procon mineiro, que, na quarta-feira, dia 28, divulgou levantamento segundo o qual 30,7% de 241 amostras analisadas, o equivalente a 74 marcas, continham impurezas acima do limite legal.
Segundo a investigação do Procon-MG, a principal irregularidade detectada foi a presença de cascas, paus e outros elementos provenientes da cultura do café. Das amostras analisadas, 27,8% foram consideradas impróprias para consumo na avaliação desse item.
Um agravante, de acordo com informações da entidade, foi o resultado das análises de ocratoxina A, substância que contém propriedades carcinogênicas e tóxicas. Das amostras investigadas, 4,2% foram classificadas como impróprias para o consumo por conterem elevado índice do produto. Além disso, foram encontrados elementos estranhos à cultura do café – como o milho – em 2,1% das amostras avaliadas.
“A Abic não comunga com a fraude no café, que deve ser puro como exigência mínima de qualidade”, disse no comunicado Ricardo Silveira, presidente da entidade. Segundo ele, a Abic e o Sindicato da Indústria de Café do Estado de Minas Gerais (Sindicafé-MG) desde 2010 encaminham denúncias aos Procons e Ministério Público de Minas Gerais para informar sobre as irregularidades.
Ainda conforme o presidente da Abic, das 12 marcas denunciadas pelo Procon-MG no Programa de Monitoramento como sendo participantes do Programa do Selo de Pureza, seis delas já foram excluídas da Abic, enquanto outras duas já estão respondendo a processo por impureza.
A entidade mantém desde 1989 o Programa de Autorregulamentação do Selo de Pureza, que coleta e analisa 3 mil amostras de café por ano. Marcas irregulares são denunciadas, penalizando as associadas que forem detectadas impuras.
Os resultados da pesquisa podem ser consultados na íntegra no site do Procon-MG.