Produtor cria marca própria de café e recebe 5 vezes mais por quilo

Com apoio do Sebrae, cafeicultor paulista abriu canais de venda direta do grão e comemora aumento do valor recebido 

Fonte: divulgação

O cafeicultor Tuffi Bichara, de Monte Alegre do Sul (SP), encontrou uma forma de ganhar mais pela produção. Com a ajuda do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ele criou uma marca própria para seu café, abriu canais de venda direta do produto e comemora o aumento do valor recebido pelo grão. Anteriormente, pelo quilo do café cru, ele recebia R$ 8; atualmente, o produto não sai por menos de R$ 40, já torrado e processado.

O produtor conta que seu alvo é mercado de cafés especiais. Ele trabalha com cinco variedades de arábica, com diferentes pontos de maturação e que conferem características distintas ao produto final. “Tenho uma variedade que é mais precoce, uma intermediária, uma mais tardia, assim eu não concentro a colheita de uma vez só”, diz.

O modelo de negócio de Bichara foi definido com a ajuda de um projeto do Sebrae voltado para o desenvolvimento da cafeicultura brasileira em pequenas propriedades. Consultores da entidade vão diretamente no campo, ensinando boas práticas de produção e gestão e mostrando como encurtar o acesso ao mercado.

O consultor Sizinio Neto afirma que, apesar de o Sebrae valorizar a cadeia do café, nessa propriedade paulista a aposta foi feita em grãos especiais, por conta do relevo e do clima da região. 

A fazenda de Bichara, com 25 mil pés de café, está numa região montanhosa. Pra garantir a conservação do solo, a área foi toda terraceada com enxada. “O ideal seria com outro equipamento agrícola, mas na montanha é mais difícil, as tecnologias não estão tão adequadas, então tem que ser feito na mão mesmo”, conta.

O grande benefício do projeto, segundo Sizino Neto, é potencializar as vendas no mercado com um produto de alto valor agregado, sem ter que aumentar a área de produção. “Na mesma unidade de produção, o cafeicultor consegue agregar valor, e o mercado reconhece esse esforço e a história do produtor, portanto o valor está acima do valor do café commoditie”, afirma o consultor.

Qualidade

As particularidades das condições geográficas da área de cultivo de Bichara contribuem para a obtenção de um café diferenciado. “A montanha tem uma variação de temperatura incrível de dia e noite, e, assim como as condições do terreno, com pedras, melhora a condição da bebida”, diz o cafeicultor.

O processo de pós-colheita e secagem do grão é realizado em máquinas instaladas bem próximas à área de plantio. Isso é feito para garantir maior qualidade do produto. “Você tendo a etapa de produção controlada, então você pode chegar num resultado de xícara muito mais interessante, porque está tudo na sua mão”, diz Bichara.

A produção é comercializada em três frentes. Cerca de 30% do grão é destinado a uma cooperativa, outra parte vai para cafeterias e o restante é torrado e comercializado com a marca Cafezal em Flor. 

Para quem deseja seguir seu caminho e elevar a rentabilidade da atividade, Tuffi Bichara aconselha aproximar-se do consumidor. “Tentar levar a ele um café diferenciado, mantendo qualidade sempre”.

Produtores interessados em obter mais informações sobre o projeto do Sebrae podem obter informações no site da entidade ou por meio do telefone 0800-570-0800.