Das 371 mil propriedades rurais paranaenses, 81% estão enquadradas na categoria familiar. Para representantes do setor, atualmente, a questão vai além de discutir os R$ 16 bilhões anunciados pelo governo federal para apoiar o setor. Mais do que o dinheiro propriamente dito, os agricultores familiares do Paraná esperam mudanças nas normas para acesso aos recursos do Pronaf, e aguardam uma política específica de garantia de preços mínimos.
O Estado é o primeiro produtor nacional de grãos e de aves, entre outros produtos. Para o assessor da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná (Fetaep), Evalton Turci, estes são gargalos importantes que precisam ser resolvidos pelo governo federal através do plano que seria anunciado nesta sexta, dia 1.
? Foi dado um prazo de 60 dias para o pagamento das parcelas que venciam de dívidas das safras anteriores. E 60 dias sabemos que passa rápido. Dentro desse prazo nós temos que estar atentos para o que vai ser feito com essas dívidas, e de que forma elas vão ser renegociadas. Outra questão que a gente está muito apreensivo, é com o enquadramento dos chamados pronafeanos, daqueles beneficiários que estão numa faixa baixa de renda e que às vezes tem uma renda fora da propriedade. Queremos buscar o tirador de leite, o cara que mexe com horta, e que às vezes não está enquadrado pelo comprometimento da renda, que não é 70% da agricultura familiar, da exploração agrícola. Ou pela questão que ele tem uma possibilidade de acessar o Pronaf e não tem o conhecimento, a orientação da assistência técnica, dos órgãos e entidades responsáveis ? explica.
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O aumento de limites de outras categorias de financiamento e a redução dos juros de 4,5% para 2% nos financiamentos para investimentos foram bem aceitos pelos pequenos agricultores. Eles esperam incluir nos benefícios outros assuntos diretamente ligados à atividade, como o Código Florestal.
? Nós temos rios no Paraná que tem largura de até 300 metros de mata ciliar obrigatória para fazer. E isso, onde tem uma pequena propriedade, pega a propriedade inteira. Essa é uma questão que nós estamos discutindo com a presidente e com o Senado. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) está atenta às federações para ver o que pode ser feito para não prejudicar a agricultura familiar ? afirma
