? Esse preço com a safra foi se normalizando e foi recuando, hoje nós estamos na mesma situação do começo de 2007, o feijão a R$ 50, R$ 52, até R$ 60 a saca, abaixo do preço mínimo. Além disso, nós temos a pressão do desemprego que reduz o consumo de alguns produtos ? afirma o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), José Sidnei Gonçalves.
Segundo o IEA, só em março a queda foi de 26% no Estado. Os baixos preços também chegaram ao consumidor: o quilo do feijão, que passou dos R$ 6 no ano passado, agora custa menos de R$ 3. A leguminosa inclusive contribuiu para baratear a cesta básica do mês passado. Mas, para o produtor, a situação é crítica. O produtor rural Dílson Peçanha, vendeu a última saca a R$ 60, sendo que gasta cerca de R$ 80 para produzir a mesma quantidade.
? A gente tem que plantar milho, mexer com um pouco de gado e fazer outras coisas porque ficar só no feijão é difícil.
E não é só o preço baixo que está causando dores de cabeça nos agricultores do setor. Os produtores de feijão também estão preocupados com a seca em algumas regiões do interior de São Paulo. Em Sarapuí, no sul do Estado, nos últimos 40 dias choveu apenas 10 milímetros. Pouca chuva é sinal de queda de produtividade. E com uma produção menor no Estado, a tendência é de um novo aumento no final do ano.
Para o pesquisador José Sidnei Gonçalves, a gangorra de preços, como ele mesmo define, não é favorável nem para o produtor, nem para o consumidor.
? O governo tinha que tirar feijão do mercado, uma forma de eliminar um pouco a gangorra, comprar certa quantidade de feijão e distribuir nos programas sociais.