Em Rolândia, no norte do Estado, o produtor Nelson Barreiro começou o plantio de milho de onde tirou trigo na mesma extensão de área da safra passada. Ele aposta na rotação de culturas para manter a produtividade. A variação no preço de venda é uma conseqüência com a qual ele aprendeu a conviver.
A responsável pelo Departamento de Economia Rural (Deral) de Londrina, Rosângela Zaparolli Vieira, diz que os agricultores experientes não vão reduzir área, mas vão reduzir alguma tecnologia, sem descuidar da produtividade. No entanto, apesar da experiência, a grande variação no preço da commodity gera dúvidas para quem ainda tem o produto estocado.
Muitos especialistas estão aconselhando os produtores a não plantar milho agora e colocar apenas uma cobertura para proteger o solo. O mercado financeiro antecipa a movimentação do grão em 2009, dizendo que, mesmo com a demanda externa aquecida, os preços internos vão ser pressionados para baixo em razão do estoque nacional se manter elevado. Para o produtor, plantar milho é quase uma loteria.
Em Mato Grosso, a saca está entre R$ 11 e R$ 12, em média, e assusta os produtores. No Paraná, a média é de R$ 18, mas também já chegou a R$ 28. É certo que hoje os preços exigem cautela na hora da venda, mas o milho é moeda cada vez mais forte, segundo o representante da Secretaria de Agricultura em Londrina, Gil Abelin.
De acordo com o representante, a expansão dos mercados de suínos e aves e a falta de alimentos no mundo e a produção de etanol vão fazer com que o grão seja cada vez mais um bom negócio.