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Revoltado, produtor derruba 450 mil pés de café

Cafeicultor capixaba radicado no sul da Bahia diz ser perseguido pela Justiça do Trabalho e que, além do cafezal, exterminou 600 postos de trabalho em sua propriedade 

Fonte: Reprodução

O cafeicultor Wanderlino Medeiros Bastos, de 76 anos, resolveu derrubar os 450 mil pés de café conilon que mantinha no sul da Bahia. Além disso, demitiu cerca de 600 profissionais. Segundo ele, a razão para medidas tão radicais seria uma perseguição da Justiça do Trabalho.

“Começou de uns dois anos para cá. Na cabeça deles, quem contrata 600 funcionários tem de ter algum erro”, diz o produtor. Segundo ele, intimações e visitas de fiscais passaram a ser constantes.

A abordagem mais assustadora aconteceu no dia em que um juiz visitou a propriedade de Bastos, na zona rural de Arataca (sul da Bahia), acompanhado de policiais federais. “Meu filho estava na fazenda e foi receber as pessoas. Quando tentou cumprimentá-los, um policial disse: ‘Parado aí’. E eles estavam com as metralhadoras em punho. Ficamos assustados”, lembra o produtor.

A gota d’água que motivou Bastos a derrubar seu cafezal foi uma intimação sem denunciante recebida há duas semanas. “Meu advogado foi lá, e o pessoal do tribunal inventou uma razão qualquer na hora. Como constrangimentos desse tipo já tinham acontecido várias vezes, cansei.”

Bastos nasceu em Cachoeiro do Itapemirim (ES) em 1941. Mudou-se para a região chuvosa do sul da Bahia há 22 anos. Quando ele chegou à região, a cultura do cacau era predominante. Não seguiu a onda e resolveu plantar açaí. Depois, de modo pioneiro, levou a cultura do café conilon para o litoral baiano.

No lugar dos pés de café derrubados, Bastos vai plantar açaí e aumentar a área em que cultiva seringueiras. “Quando comecei a plantar seringueiras, alguns disseram que eu não iria viver o suficiente para ver as árvores produzirem. Mas eu já estou sangrando as plantas mais velhas”, diz ele.

Segundo o produtor, essas culturas exigem bem menos mão de obra. “Com 50 funcionários, conseguimos dar conta de tudo”, diz ele. Com menos profissionais, ele espera que caiam também as causas trabalhistas.

Outro lado

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia) está em recesso até o dia 9 de janeiro. Uma equipe de plantão atendeu ao Canal Rural e informou que só a partir desse dia vai ser possível fazer um levantamento no Departamento de Estatística do órgão.

Além disso, pelo CPF do produtor, seria possível levantar os processos nos quais ele aparece como inadimplente. Mas esse número não refletiria a totalidade das ações trabalhistas em que pode estar envolvido.

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