Rio Grande do Sul inaugura unidade de plástico verde e aponta nova tendência do polo

Além da primeira unidade de matéria-prima de etanol de cana, inaugurada nesta sexta, outros projetos reforçam perfil ecológicoA inauguração da unidade de eteno verde nesta sexta, dia 24, em Triunfo, no Rio Grande do Sul, marca a produção industrial de plástico verde e a mudança de perfil do polo gaúcho. É o primeiro passo do complexo petroquímico dos anos 80 no rumo da alcoolquímica, que dará ao Estado um novo projeto de resina renovável, além do lançado.

Em gráfico, entenda como é a produção do plástico verde:

Nessa quinta, dia 23, depois de apresentar à imprensa a unidade que será inagurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o responsável pelo empreendimento de polímeros verdes da Braskem, Sérgio Luiz Gomes, disse já estar decidida uma unidade de propeno renovável no Rio Grande do Sul. Será menor do que a de eteno, que vai produzir 200 mil toneladas ao ano. Além dessa, não há ainda definição sobre investimento, capacidade e prazo.

? Vamos fazer plantas integradas ? afirmou Gomes, explicando que parte da estrutura inaugurada nesta sexta poderá ser compartilhada com a próxima.

Eteno e propeno são duas diferentes matérias-primas da indústria de plásticos. O eteno dá origem ao polietileno, usado em sacolas plásticas, frascos e brinquedos. O propeno é a base do polipropileno, resina de preço mais elevado empregada em revestimento de eletrodomésticos e autopeças.

Também reforça o perfil mais renovável do polo gaúcho uma unidade de secagem de álcool de R$ 25 milhões. Assim, a Braskem poderá deixar de comprar álcool anidro ? usado na mistura da gasolina, mais caro ? pelo hidratado ? que abastece carros flex, mais barato ? como matéria-prima do ETBE, um aditivo para automóveis. Somados, os investimentos que tornam o polo gaúcho mais verde atingem R$ 625 milhões.

Para abastecer as unidades que consomem etanol, a Braskem vai precisar de 600 milhões de litros do combustível por ano, o que duplicará o consumo no Estado. Como ainda não há produção local suficiente, a companhia está comprando em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, informou o vice-presidente de petroquímicos básicos, Manoel Carnaúba. Com o governo do Estado e as federações da indústria (Fiergs) e da agricultura (Farsul), a Braskem atua no desenvolvimento da produção no Rio Grande do Sul.

? Sempre será um fator de decisão ter a matéria-prima ao lado. Se o Estado tiver oferta, fortalece sua posição para futuros investimentos, que terão como item de avaliação o fornecimento de álcool ? afirmou Carnaúba.