O locaute, em protesto contra a política da presidente Cristina Kirchner para o setor agropecuário, implicará a suspensão da venda de cereais e oleaginosas pelo menos até quarta-feira, dia 18. O estopim da nova paralisação foi a detenção, no sábado, do líder ruralista Alfredo De Angeli, numa manifestação nas proximidades da cidade de Gualeguaychú, na província de Entre Ríos. O carismático De Angeli, ícone dos protestos realizados nos últimos três meses, foi detido com outros 18 agricultores.
A detenção, junto com a repressão policial à manifestação pacífica, foi transmitida ao vivo pela TV e gerou um panelaço contra Cristina em Buenos Aires, além de protestos em diversas cidades do interior da Argentina. As manifestações tiveram resultado. Poucas horas depois, De Angeli foi liberado e recebido de forma apoteótica por centenas de pessoas que permaneciam no piquete que fazem na Rodovia do Mercosul.
Os agricultores exigem o fim dos aumentos que o governo decretou em 11 de março sobre os impostos das exportações agrícolas. Os ruralistas também querem que o governo elimine as restrições existentes há dois anos sobre as exportações de carne bovina, além das limitações aplicadas desde dezembro passado às vendas de trigo para o Exterior. Eles afirmam que as políticas do governo Cristina estão eliminando a lucratividade do setor. Liderados pelo ex-presidente Néstor Kirchner, centenas de militantes foram mobilizados e reagiram com protestos na capital contra os ruralistas.