O recuo se observa no café conilon, com uma queda de 13% devido a questões climáticas. A forte estiagem no período de formação e enchimento dos grãos, aliada às altas temperaturas na região produtora do estado do Espírito Santo, interferiram de maneira negativa na produtividade. Já o café arábica deverá apresentar um acréscimo de 1,9%, graças principalmente à evolução da cultura na Zona da Mata mineira e também na produção do Paraná que se recupera da forte geada de 2013.
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A produção de café arábica que corresponde a 74,3% do volume produzido no país, está estimada em 32,91 milhões de sacas. O maior produtor é o estado de Minas Gerais, com o volume estimado de 23,30 milhões de sacas. Para o conilon, cuja produção contabiliza 11,35 milhões de sacas, representa 25,7% do total nacional e o Espírito Santo é o maior destaque, com uma produção de 7,76 milhões de sacas.
Área plantada
A área em produção é de 1,942 milhão de hectares, com uma queda de 0,2% ou 4,81 mil ha em relação à safra passada, quando chegou a 1,947 milhão. Minas Gerais concentra a maior área plantada de 975,27 mil de hectares, predominando a espécie arábica, com 98,64% do total no estado. Isso representa 50,2% da área cultivada no país. O estado do Espírito Santo ocupa a segunda colocação, com 433,27 mil hectares. O conilon capixaba cobre uma área de 283,05 mil ha.
Repercussão
O presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, considerou “coerente” a previsão do volume de café da safra 2015, divulgada nesta terça-feira, 09, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu segundo levantamento.
– O Brasil produzirá sua segunda safra baixa consecutiva (em 2014 foram colhidas 45,3 milhões de sacas) – informou Brasileiro, por meio de sua assessoria.
– É interessante observar, apesar do “massacre especulativo” criado por players interessados em pressionar os já aviltados preços pagos ao produtor, superestimando nossos volumes a serem colhidos, que a Conab e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os órgãos oficiais do Brasil, e a Fundação Procafé, contratada CNC, projetam volumes muito coerentes, que giram ao redor de 44 milhões de sacas – acrescentou Silas Brasileiro.
Segundo ele, apesar do aperto na oferta, “ainda assim, temos condições para atender às demandas interna e externa, com a utilização de nossos estoques”, garantiu. Ele ponderou, no entanto, que os volumes de café armazenados no País caminham para níveis reduzidos.