– O que ocorreu em 2014 pode voltar a ocorrer em 2015. Com essas altas temperaturas de janeiro e fevereiro, o lado da planta que fica exposto, virado ao sol da tarde, que é o lado que fica mais quente, com temperaturas maiores, pode perder significativamente a capacidade produtiva, e a hora que chega lá em agosto, setembro, outubro, que é a época da florada, esse lado do sol da tarde tem uma florada muito menor, mesmo em condições de chuvas excelentes – disse.
Segundo Fagundes, o produtor está de mãos atadas, porque a situação está fora de seu controle. Ele afirmou que métodos de irrigação podem até mitigar o problema, mas os sistemas da região sofrem com as chuvas em níveis baixos.
– Muitos produtores estão perdendo rendimento novamente, porque as chuvas não estão vindo – afirmou, classificando a situação atual de “alarmante”.
Safra 2015
A respeito da safra de 2015, o pesquisador da Fundação Prócafé acredita que haverá quebras, mas apenas algumas regiões sofrerão com perdas acima de 50%.
A opinião contrasta com o que disse ontem, dia 7, o presidente da Associação Sindical dos Produtores de Café e Leite, Armando Matielli, ao Mercado & Companhia, que prevê que o sul de Minas Gerais como um todo sofrerá com uma quebra de 50%, com a produção não ultrapassando 35 milhões de sacas.
– Nós não podemos falar em nenhuma quebra sem antes irmos a campo e verificar realmente o tamanho dessa quebra. Então nós não podemos falar em números. Agora, que as quebras podem chegar, em pontos isolados, a 50%, mais que 50%, realmente isso pode acontecer, mas na situação da cafeicultura do sul de Minas, de uma forma geral, isso com certeza não é realidade – disse Fagundes.