Com uma nova frente fria ameaçando chegar ao Brasil, os impactos climáticos sobre a produção de café merecem atenção.
Os padrões climáticos são especialmente importantes para a commodity, já que cerca de 96% das áreas colhidas no mundo dependem da chuva, ao invés de irrigação – em comparação com 77% em média para commodities em geral, segundo a FAO.
Segundo a analista da hEDGEpoint Global Markets Natália Gandolphi, como o La Niña persiste ao longo deste ano, é essencial entender quais são os riscos imediatos que cercam o fenômeno para culturas como o café, que dependem da chuva.
O fenômeno La Niña pode levar a níveis de precipitação e temperaturas abaixo da média na metade inferior da América do Sul, afetando áreas cafeeiras no Brasil. Na América Central, o La Niña provoca chuvas mais fortes durante a temporada ativa de tempestades tropicais (o mesmo resultado também pode ser esperado na Colômbia).
Enquanto possíveis impactos futuros são estudados, ocorrências passadas ainda estão sendo avaliadas: uma safra de arábica possivelmente menor no Brasil para 2022/2023 está sendo considerada, com efeitos diretos de dois anos de La Niña, que causou seca em 2020 e geadas em 2021.