Cafés com certificação têm mercado garantido e a sua procura vem crescendo em até 20% ao ano. De acordo com o diretor de comércio da Interagrícola Exportadora, Carlos Santana, grandes grupos do mercado mundial já anunciaram que irão comprar somente café que apresente selo de sustentabilidade.
– A empresa Craft da Europa fez uma declaração publica que até o ano de 2015 vão ser 100% sustentáveis. Então, todas as aquisições serão certificadas. Estamos falando de um grupo que hoje compra em torno de cinco milhões de sacas, destinadas somente ao mercado europeu – declara Santana.
Nos últimos anos, os certificados estão mudando os conceitos dos cafeicultores. O Rainforest, por exemplo, atinge mercados que pagam até R$ 30,00 a mais pela sacada. As exigências são claras e caracterizam o consumidor moderno, servindo de ponto de partida para os produtores que buscam a alcunha.
Especialistas acreditam que a origem do produto que chega à mesa do consumidor internacional é fundamental para a finalidade do pacote sustentável.
– É preciso somar o valor financeiro com o reconhecimento do trabalho do produtor. Isso sim é transparência com rastreabilidade – afirma a gerente de operações da Nucoffee, Roberta Armentano.
Um bom exemplo disto está na marca Café do Cerrado, que aposta na qualidade de vida do cafeicultor e envolve toda sociedade para o desenvolvimento da região.
– Todos vão compartilhar deste sucesso. Esse é o nosso grande objetivo: tornar a região mais rica e gerar mais empregos, fazendo com que cada vez a vida no Cerrado Mineiro seja melhor – explica o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis.
O cafeicultor Mario Dianin, do município de Monte Carmelo (MG), é um exemplo de agricultor que trabalha com todos os conceitos modernos de produção. As placas que indicam operações sinalizam e colocam ordem na fazenda, fazendo parte da organização dentro de uma gestão que ganhou profissionalismo. Isso tudo com a adoção de certificados internacionais que abrem as portas nos principais mercados consumidores com ganhos ambientais, sociais e econômicos.
– Nós temos várias certificações, pois cada certificação tem um mercado específico. Então cada certificação vai agregando valor para nós. Nós precisamos contribuir com o lado social, não só buscando vantagens – diz Dianin.
Agora, o produtor de café está buscando um novo certificado, da americana Fair Trade, que promete pagar até US$ 27 a mais por saca. O objetivo é investir nos funcionários da fazenda.
– Nós precisamos transformar isso em benefícios, como plano de saúde e assistência odontológica. Queremos que seja beneficiado o funcionário e sua família – conta o cafeicultor.