Os prêmios da soja nos portos brasileiros foi um dos principais pilares de sustentação dos preços em agosto. Enquanto a oleaginosa teve alta de 3,23%, os prêmios subiram quase 7%, fechando o mês passado a 207 cents por bushel. A firmeza das cotações da cultura está atrelada, segundo o analista da Safras & Mercado Luis Gutierrez, a dois fatores: a alta do dólar e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
O especialista salienta que, até o momento, as elevações se dão mais pela expectativa de aumento de demanda chinesa pelo produto brasileiro. “Ainda não houve nenhuma grande movimentação”, menciona Gutierezz. A entrada da safra norte-americana, que deve acontecer em setembro, trará as grandes mudanças, porque “é neste momento que os compradores chineses iniciam seus negócios com os norte-americanos”.
Chicago
Os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago fecharam a quarta, dia 5, com preços em baixa. Após tentar uma recuperação no início do dia, o mercado voltou a ceder ao cenário fundamental.
As lavouras seguem se desenvolvendo bem nos Estados Unidos. Segundo o USDA, até 2 de setembro, 66% estavam entre boas e excelentes condições, 23% em situação regular e 11% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana passada, os números eram de 66%, 23% e 11%, respectivamente.
Com isso, se consolida a perspectiva de uma safra recorde nos Estados Unidos, estimada em até 130 milhões de toneladas por consultorias privadas. Do lado da demanda, a indefinição sobre a disputa comercial entre China e Estados Unidos e a preocupação com a procura chinesa por farelo, decorrente dos casos de peste suína no país asiático acentuam os fundamentos negativos.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com perda de US$ 2,10 (0,68%), sendo negociada a US$ 306,20 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 28,18 centavos de dólar, com baixa de 0,21 centavo ou 0,73%.
Soja no mercado físico – saca de 60 kg
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- Passo Fundo (RS): R$ 87
- Cascavel (PR): R$ 87
- Rondonópolis (MT): R$ 79
- Dourados (MS): R$ 82
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 93,50
- Porto de Rio Grande (RS): R$ 92
- Porto de Santos (SP): R$ 91
- Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 91
- Confira mais cotações
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Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
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- Setembro/2018: US$ 8,25 (-6,50 cents)
- Novembro/2018: US$ 8,38 (-6,25 cents)
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Milho
O mercado brasileiro de milho manteve preços estáveis. O cenário continua de sustentação das cotações com a oferta controlada e com atenções voltadas para a volatilidade cambial em ano de eleições.
Na Bolsa de Chicago, o grão fechou com preços mais baixos. O mercado realizou lucros, apesar do indicativo de uma melhor demanda para o cereal norte-americano e o indicativo de piora no quadro de desenvolvimento das lavouras do país.
Os exportadores privados norte-americanos reportaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 101.736 toneladas de milho ao México. O produto será entregue na temporada 2018/2019.
O USDA divulgou ontem dados sobre as condições das lavouras americanas de milho. Segundo o órgão norte-americano, até 2 de setembro, 67% estavam entre boas e excelentes condições, 21% em situação regular e 12% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os números eram de 68%, 20% e 12%, respectivamente.
Milho no mercado físico – saca de 60 kg
- Rio Grande do Sul: R$ 43
- Paraná: R$ 38
- Campinas (SP): R$ 43
- Mato Grosso: R$ 28
- Porto de Santos (SP): R$ 43
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 42
- São Francisco do Sul (SC): R$ 42
- Veja o preço do milho em outras regiões
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
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- Setembro/2018: US$ 3,51 (-2,75 cents)
- Dezembro/2018: US$ 3,65 (-3 cents)
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Café
O mercado teve uma quarta-feira de preços internos mais altos. As cotações foram sustentadas pela valorização do arábica em Nova York. O mercado inicialmente deu a impressão de que seria mais movimentado no dia, com os ganhos na bolsa e com o dólar firme, mas acabou tendo pouco volume negociado. Os compradores tentaram se manter retraídos, assim como o vendedor no disponível segue reticente.
Nova York
A Bolsa de Nova York para o café arábica encerrou as operações com valores acentuadamente mais altos. As cotações dispararam com recuperação técnica. Após as recentes perdas e o mercado romper e depois reagir das mínimas de ontem, recuperando a linha de US$ 1 a libra-peso, houve forças para uma subida técnica. Sinais de que o mercado estava sobrevendido estimularam cobertura de posições vendidas e os ganhos acentuados.
A baixa do dólar contra o real estimulou também o movimento. O mercado mostrou que tem um fundo acima da linha de US$ 1 a libra-peso, como afirma o consultor de Sarfras & Mercado Gil Barabach. Assim, encontrou forças para a recuperação técnica. Mas, os ganhos devem ser limitados pelos fundamentos baixistas, ante a ampla oferta global.
Londres
Na bolsa inglesa para o café robusta, as operações terminaram com preços acentuadamente mais altos. Após quatro sessões seguidas de quedas, o mercado teve uma sessão de recuperação técnica, acompanhando a recuperação do arábica na Bolsa de NY.
Os fundamentos seguem baixistas, com ampla oferta global, mas após as recentes perdas acentuadas o mercado fica sujeito a ajustes técnicos, correções, diante de sinais de estar sobrevendido.
Café no mercado físico – saca de 60 kg
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- Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 425 a R$ 430
- Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 430 a R$ 435
- Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 360 a R$ 365
- Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
- Confira mais cotações
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Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso
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- Setembro/2018: US$ 101,10 (+2,35 cents)
- Dezembro/2018: US$ 103,80 (+2,35 cents)
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Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada
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- Setembro/2018: 1.567 (+US$ 24)
- Novembro/2018: 1.501 (+US$ 26)
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Dólar e Ibovespa
O dólar comercial fechou em queda de 0,26%, cotado a R$ 4,144 para venda, em dia em que a volatilidade prevaleceu nos ativos, influenciado pelo cenário externo e por eleições, o que refletiu em ajuste de posições.
Depois de chegar à máxima do dia de R$ 4,186 (+0,74%), o operador da Correparti, Ricardo Gomes Filho, avalia que o teto psicológico formado no nível de R$ 4,18 vem sendo “testado”, mas tem levado grandes players a “se desfazerem de suas posições compradas, definindo uma forte resistência à alta da moeda”, diz.
A queda do dólar no início da tarde é “reflexo de uma volatilidade implícita cada vez mais forte”, afirma o diretor da Mirae, Pablo Spyer. Segundo ele, o movimento também é um ajuste de posição, na semana em que “as eleições tiveram desdobramentos diferentes, dando ainda mais nós no cenário”, acrescenta.
Nesta quinta, às vésperas de feriado doméstico (Independência do Brasil) e de divulgação dos dados de emprego e renda nos Estados Unidos, o payroll, será um dia “potencial de volatilidade mais forte”, diz Spyer.
Ele reforça que o movimento de proteção deve prevalecer em razão do “feriado prolongado e dos indicadores norte-americano”. Os números do payroll em agosto serão divulgados na sexta-feira.
O índice Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,51%, aos 75.092,27 pontos, com R$ 7,78 bilhões em volume negociados.
Boi
O cenário é de preços firmes para a arroba do boi gordo. No entanto, mesmo com oferta limitada, houve resistência para pagamentos acima da referência na quarta-feira, de acordo com análise da Scot Consultoria.
Em São Paulo, por exemplo, os frigoríficos que garantiram escala negociando a termo diminuíram a pressão de compra e a arroba paulista segue cotada a R$ 147, à vista, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
A exceção fica por conta, principalmente, de Mato Grosso do Sul, diz a Scot. No estado, a maioria dos abates tem sido composta por lotes menores e, em função desta oferta tímida, a cotação da arroba subiu.
Segundo a consultoria, o boi gordo na região de Dourados (MS) tem sido negociado, em média, a R$ 143 por arroba a prazo, sem Funrural. Isso corresponde a um aumento de R$ 7,50 por arroba em um mês.
Boi gordo no mercado físico – arroba à vista
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- Araçatuba (SP): R$ 147
- Triângulo Mineiro (MG): R$ 143
- Goiânia (GO): R$ 135
- Dourados (MS): R$ 141
- Mato Grosso: R$ 126 a R$ 129
- Marabá (PA): R$ 131
- Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,35 (kg)
- Paraná (noroeste): R$ 146
- Sul (TO): R$ 132
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Previsão do tempo para quinta-feira, dia 6
Sul
Uma região de alta pressão atmosférica deixa o clima mais estável em todo o Sul. O tempo seco vai predominar e, no período da tarde, por conta do sol, a sensação térmica vai subindo gradativamente, porém não há condições para extremos.
Somente no período da manhã, devido à falta de nebulosidade e dos ventos mais calmos, há condição para geada em pontos mais altos, como região da serra gaúcha e catarinense, além dos sul paranaense.
Sudeste
O fenômeno que atinge o Sul também se estende por grande parte da região, deixando o tempo mais estável.
Agora, chuva apenas no litoral do Rio de Janeiro e todo litoral capixaba, entretanto é de maneira muito fraca e intercalada por grandes períodos de melhoria. Assim como no nordeste do estado mineiro.
Centro-Oeste
O tempo firme continua e a friagem diminui ainda mais, mas não há condição para extremos. Em Goiás tem tempo seco e calor, com baixos índices de umidade relativa do ar nas horas mais próximos ao início da tarde.
Há possibilidade para a ocorrência de chuva no extremo norte do Mato Grosso.
Nordeste
Ainda há nebulosidade no interior da região, mas sem previsão de chuva. As precipitações ocorrem apenas na faixa leste, com destaque para o extremo sul da Bahia, onde há condição para acumulados um pouco mais elevados, porém sem risco para transtornos.
Chove no Maranhão e extremo oeste do Piauí, de maneira isolada e sem volumes significativos.
Norte
A chuva avança leva chuva para quase todo o Tocantins, incluindo a capital. Pancadas de chuva ocorrem nos demais estados, com acumulados mais expressivos entre o Amazonas e Roraima, porém não chove entre o Acre e Rondônia.