O mercado de café registrou fortes oscilações de preço nas últimas semanas, principalmente em função do clima. O analista Haroldo Bonfá explica os motivos das altas e comenta a tendência para os próximos meses:
“Toda essa variação assusta demais, não só o produtor como também a indústria. Então é preciso ter um planejamento a longo prazo para que não haja maiores interferências. Houve, definitivamente, uma redução de safra, com a geada que ocorreu, e com isso uma menor oferta, o que resultou em aumento de preços. O mundo está muito animado com a vacinação em massa e a volta das atividades rotineiras, normais. Ou seja, sair pra jantar, ir para uma cafeteria, sair com os amigos. E, com isso, tudo deve voltar ao normal, com um nível de consumo muito maior do que durante a pandemia”, afirma Bonfá.
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“Isso pressiona a necessidade de você ter estoque. A questão é saber a que preço e se teremos café suficiente para embarcar e suprir nossas necessidades. Já se vê reflexos disso nos supermercados, mas a indústria não consegue repassar imediatamente altas de 30%, 40% no café para o consumidor. Deve haver com isso, no entanto, um reajuste no preço do café e, inclusive, na qualidade do café procurado pelo consumidor. O consumidor não vai aceitar reajustes de 40% porque o salário dele não foi recompensado nesse nível, mas vai ter que ter sim, um ajuste”, observa.
