A coloração verde é sinal de que o processo de maturação dos grãos não está completo. Na fazenda visitada pela nossa reportagem, 40% dos cafezais está na mesma situação. Mesmo assim, o produtor já iniciou a colheita e, para este ano, estima uma média de produção de 30 sacas por hectare, quase 30% a menos em relação à safra 2014/2015.
– Mesmo que esse café não esteja totalmente maduro, nós já estamos retirando ele para desocupar a lavoura. Queremos deixar as lavouras livres desses grãos para preparar para a floração da safra seguinte – Sergio Bronzi, produtor rural.
A prorrogação do período chuvoso provocou a queda de uma grande quantidade de grãos de café. O contato com a umidade do solo prejudicou o processou de maturação e influenciou na qualidade e no preço do produto. A saca de 60 Kg, que deveria ser comercializada a R$ 350, deve ser vendida agora por R$ 250.
O produtor acredita que vai conseguir uma boa média de preço na safra, já que 40% da produção foi vendida no começo do ano, quando os preços estavam em patamares mais elevados.
– A preocupação agora é fazer a quantidade vendida no mercado futuro, com a qualidade contratada mediante a situação, de tanto café verde ainda. Os cafés que estão caindo ao chão – relata o produtor.
Segundo dados da Associação dos Cafeicultores de Araguari, para a safra 2015/2016, a expectativa é que o município produza cerca de 400 mil sacas de café em 20 mil hectares cultivados. Uma redução de 42% em comparação com a safra 2014/2015. A média de produção por hectare reduziu de 40 para 30 sacas.
– Para diminuir o custo dos tratos culturais, o pessoal faz o esqueletamento, e nós tivemos muito esqueletamento aqui na região, por isso, que a safra desse ano vai ser menor. E a gente acredita que no próximo ano, a safra deve ser bem maior aqui na região – aposta Cláudio Morales Garcia, presidente da Associação.
Mesmo com a queda nos preços do café nas últimas semanas, os valores atuais ainda cobrem o custo de produção na região, que segundo Garcia, está em cerca de R$ 10 mil por hectare.
– Como nós acreditamos que 2016 será uma safra alta, nós estamos incentivando o produtor a realizar a venda futura para ele garantir preço e fazer uma média de venda no ano que vem, pois nós ainda não sabemos qual será o tamanho da safra no Brasil – indica o presidente.