Na mesma época do ano passado, cerca de 60% da safra 2013/2014 havia sido vendida. O ritmo mais rápido dos negócios pode ser atribuído à recuperação dos preços do café em 2014 e à diminuição do volume colhido, em virtude principalmente da estiagem nas regiões produtoras. As informações são do Centro de Estudo Avançado em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com base em dados coletados com colaboradores (agentes de mercado).
O analista de mercado do Cepea, Renato Garcia Ribeiro, informa que os produtores aproveitaram os bons preços em vários momentos do segundo semestre do ano passado para recuperar parte das perdas de 2013. Ele explica que o dólar mais valorizado também favoreceu as exportações e, com isso, o interesse dos compradores.
No Cerrado mineiro, as vendas da temporada 2014/2015 já correspondem a aproximadamente 65% de toda a produção, em média 10 pontos porcentuais acima do ano anterior. Na Zona da Mata mineira e no noroeste do Paraná, a comercialização alcança cerca de 85%. No Sul de Minas e em Garça (SP), as vendas são estimadas em 80% do total.
Na Mogiana paulista, a parcela comercializada está ao redor de 70%. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a região tem problemas quanto ao padrão dos lotes, já que as lavouras sofreram bastante com a seca do início de 2014, período de desenvolvimento dos grãos. Com menos café de qualidade disponível, os negócios locais estão retraídos.
Segundo a Conab, a produção total de café (arábica e robusta) na temporada 2014/15 foi de 45,34 milhões de sacas e a 2015/2016, deve oscilar entre 44,11 milhões e 46,61 milhões de sacas, o que representaria redução de até 2,7% ou aumento de até 2,8% em relação à safra anterior, que já foi reduzida pela seca.
Nas principais regiões produtoras de robusta (Espírito Santo e Rondônia), o volume vendido também é expressivo. Em Rondônia, o total comercializado da safra 2014/2015 já é de 95%. Na região capixaba, as vendas se limitam a 60%, com destaque para as exportações.