Algumas regiões, como a abrangida pela Cocamar, em Maringá (PR), estão experimentando a colheita mecanizada pela primeira vez nesta safra. O resultado tem sido satisfatório, e os cafeicultores já pensam em ampliar a iniciativa no ano que vem.
De acordo com o gerente de produto da área de colhedoras de café da Jacto, uma das principais empresas que fornecem o equipamento no mercado nacional, Walmi Gomes Martin, as vendas na atual safra seguem iguais às da passada, algo incomum.
? Geralmente, a demanda cai no ciclo de baixa da safra, como o atual. Mas, neste ano, ela tem se mantido no mesmo patamar de 2010, quando o mercado esteve bem aquecido ? disse, sem revelar quantas colhedoras foram vendidas pela empresa em 2010.
Esse cenário, segundo ele, deve-se aos bons preços alcançados pela saca do grão, que dobraram nos últimos 12 meses.
? Há muito produtor investindo em reforma ou ampliação dos cafezais e já o faz pensando na mecanização até para driblar a escassez de mão de obra ? revelou.
Este é um caminho sem volta para a atividade, segundo o professor do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV), especialista no assunto, Daniel Marçal de Queiróz.
? A sustentabilidade da cafeicultura em todas as áreas passa pela mecanização ? afirmou.
Ele ressalta que regiões como o cerrado mineiro, sul de Minas Gerais e Bahia estão adotando a técnica com sucesso, mas muitas áreas com declividade maior que 20% não podem ser mecanizadas. Logo, é necessário o desenvolvimento de novas tecnologias de colheita.
? Se não viabilizarmos essas áreas, grande parte delas será substituída por outras culturas ? esclarece.
Queiróz dá o exemplo da região de Viçosa, onde mais de 50% dos cafezais não podem ter a colheita mecanizada. Ali, muitos foram substituídos por florestas de eucalipto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.