Nesta safra, o Paraná cultivou 82,5 mil hectares e deve colher perto de dois milhões de sacas. A qualidade do grão na planta é considerada boa, já que a chuva veio no momento certo. O Estado tem hoje uma área 3% menor do que na safra passada. Mesmo assim, a Secretaria de Agricultura estima uma produção 39% superior e uma produtividade até 44% maior. Porém, esse bom desempenho das lavouras não é suficiente para tranqüilizar o produtor. A preocupação mesmo é com a comercialização.
O cafeicultor Edson Dornellas diz que só consegue manter 30 hectares com a cultura, porque erradicou várias plantas para diversificar. Ele calcula que o custo com a colheita manual passa de 40% dos gastos da atividade. Com os preços baixos, o produtor garante que não dá para comemorar.
? Atualmente, está em torno, mais ou menos, de R$ 240, R$ 245 e, para estar o ideal, deveria estar de R$ 300 a R$ 320, a saca. Nós estamos pagando para trabalhar ? avalia Dornellas.
Um novo mecanismo para financiar a safra 2010/2011 foi divulgado pelo Conselho Nacional do Café na última quinta, dia 20, em Brasília. Deverá ser liberada uma linha de crédito para estocagem, com base no preço mínimo de R$ 261 a saca de 60 quilos de café arábica. Mas, somente no caso do preço de mercado ficar abaixo do mínimo.