Cafeicultores de Minas Gerais buscam adaptar produção para conquistar mercado externo

Indústrias, cooperativas e exportadoras trabalham junto aos produtores para fomentar açõesCafeicultores de Minas Gerais buscam adaptar as lavouras para conquistar o mercado externo. Indústrias, cooperativas e exportadoras trabalham junto aos produtores para fomentar projetos socioambientais e um complexo de medidas que vão da gestão à entrega do produto final.

A cooperativa Cooxupé, de Minas Gerais, é a maior exportadora do grão no país. Em 2011 ela vendeu 2,4 milhões de sacas. O diretor de exportação da Cooxupé, Joaquim Libânio Leite, explica que um dos motivos do crescimento está no espaço deixado pela Colômbia, que produzia entre 11 e 12 milhões de sacas, e agora não consegue mais do que oito milhões.

— No quesito moeda nós vivemos um momento muito difícil macroeconômico. Nós estamos vendo o que está acontecendo hoje na Espanha, que entra em recessão está nas manchetes dos jornais de hoje, nós estamos vendo a desvalorização do real, através de intervenção do Banco Central, e ao mesmo tempo nós estamos entrando em um programa em um momento de safra grande no Brasil. Todos estes fatores são totalmente diferentes do ano passado. Nós temos esperança de pelo menos repetir os números do ano passado em termos de exportações nacional e de exportação da nossa casa — afirma Leite.

Para ter clientes estrangeiros é preciso produzir cafés finos. Os produtos especiais estão no foco dos produtores que se adaptam às exigências e mexem na gestão da propriedade.

A fazenda Ponto Alegre, em Cabo Verde, Sul de Minas Gerais, foi preparada para exportar. Está na quinta geração da família de Renato Lima de Souza. Da propriedade, o café vai para a Europa, Estados Unidos e Japão. A organização na fazenda garantiu o certificado UTZ Kapeh. O produtor está se preparando para conquistar a certificação Rain Forest.

— A Utz Kapeh certifica mais o processo, é questão de rastreabilidade. Tem a questão do lado social e tem também o lado ambiental. A Rain Forest completa um pouco mais a UTZ, pesando mais em cima do ambiental — afirma o produtor Renato Lima de Sousa.

Na propriedade, para manter a oferta regular de café e não perder os clientes estrangeiros, o produtor adotou o manejo de poda, que evita a chamada bianualidade. Souza deve produzir em 2012 cerca de 10 mil sacas, a mesma produção da safra passada.

Souza afirma que se parar de investir, fica para trás. Ele sai na frente, e segue testando as novidades que aparecem no mercado. É depois da colheita que a qualidade passa pelas mãos do produtor, que busca manter sabor e aroma do café.

A dedicação dos produtores reflete em bons resultados.

— Não me falta cliente pra vender café. Tendo qualidade você consegue mercado. Eles necessitam de café e querem café bom e isso a gente tem para oferecer. A questão do preço é uma segunda conversa. Você tendo qualidade e constância o cliente jamais vai te deixar — comenta Souza.