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Agricultura

Cafeicultores pedem ajuda para recuperar produção prejudicada

Na área de abrangência da Cooxupé, o granizo que caiu em outubro e em novembro afetou mais de 2,7 mil produtores

Cafeicultores pediram ajuda a deputados federais para socorrer a produção de café em Minas Gerais, prejudicada pelo excesso de chuvas no estado. Em audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, na terça-feira (6), produtores solicitaram mais recursos para o setor e um seguro que seja efetivo, com participação do governo.

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Na área de abrangência da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), por exemplo, o granizo que caiu em outubro e em novembro atingiu mais de 28 mil hectares e afetou mais de 2,7 mil produtores cooperados. Segundo o gerente de desenvolvimento técnico da cooperativa, Mário de Araújo, pelo menos 230 mil sacas de café foram perdidas. Em algumas propriedades, disse, foi como se tivesse caído “uma bomba em cima da lavoura”.

“Os nossos governos têm que ter uma sensibilidade muito grande” — Mário de Araújo

“O granizo repercute em toda a sociedade que gira ao redor do cafeicultor, especialmente no sul de Minas, onde há dependência dessa atividade econômica tão gratificante. A atividade que mais distribui renda é a cafeicultura de montanha. Os nossos governos têm que ter uma sensibilidade muito grande em relação a isso”, afirmou Araújo.

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Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado Emidinho Madeira (PL-MG), que sugeriu o debate, anunciou que já tem reuniões agendadas para tratar do assunto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e no Banco do Brasil.

“Precisamos que os bancos busquem uma gordura a mais no Ministério da Economia, precisamos de mais recursos” — Emidinho Madeira

“O café não para. Daqui a uns dias, a chuva vai embora, e é o momento da adubação: novembro, dezembro e janeiro. Nós precisamos que os bancos busquem uma gordura a mais no Ministério da Economia, precisamos de mais recursos”, defendeu o parlamentar. “Também a questão do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]: precisa aumentar o teto de R$ 200 mil para R$ 300 mil para o pequeno produtor. Com R$ 200 mil hoje você não compra um tratorzinho cafeeiro.”

Seguro para cafeicultores

Foto: divulgação

Da parte do governo federal, o diretor de comercialização e abastecimento do Mapa, Silvio Farnese, disse que há R$ 6 bilhões disponíveis para o setor, dos quais 80% já estão nas mãos dos produtores. E, neste ano, são R$ 160 milhões para recuperação de cafezais danificados por intempéries. Ele citou ainda o seguro para o café, com subsídio de 40%.

Já o subsecretário de política e economia agropecuária de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, disse que o estado está reativando o programa “Minas + Seguro”, de subvenção econômica para o seguro rural. “Poderemos ampliar o aporte de recurso, complementando o programa de subvenção federal. A expectativa é [o estado] contribuir com 20% do prêmio do seguro”, informou.

Na opinião do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), o Brasil não pode abrir mão de ser líder mundial na produção de café. A cafeicultura brasileira, segundo ele, é patrimônio nacional e todo esforço político deve ser feito para impulsioná-la.

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