Cafeicultores do PR querem apoio do governo federal

Brasil deve colher mais de 47 milhões de sacas de café, e os produtores temem que os preços caiam ainda maisCafeicultores do Paraná esperam mais apoio do governo federal. Por isso, um grupo de representantes da categoria se reuniu nesta terça, dia 25, em Londrina, para discutir as propostas de suporte à atividade entregues ao Ministério da Agricultura. O Brasil deve colher mais de 47 milhões de sacas de café, e os produtores temem que os preços caiam ainda mais.

O setor entregou ao Ministério um documento propondo uma linha de crédito para estocagem, que teria como base o preço mínimo de garantia: R$ 261 a saca de café arábica de 60 quilos. A proposta foi aceita pelo governo federal, mas ainda é preciso estabelecer o volume de sacas a serem “represadas” para estimular a melhora nos preços.

? A proposta é que o produtor tenha acesso a financiamento irrestrito de recursos para a pré comercialização, para que ele, segurando seu café, possa vender em momentos mais adequados, bem depois da safra que se aproxima ? explica o presidente da Comissão Nacional do Café, Breno Pereira de Mesquita.

Os produtores estariam pedindo recursos para reter 20 milhões de sacas, o que representa um valor perto de R$ 600 milhões. O governo federal ainda não se posicionou sobre o assunto.

O Paraná tem cerca de 10 mil cafeicultores e 82 mil hectares plantados. Nesta safra, o Estado deve colher dois milhões de sacas. É pouco para quem já respondeu pela maior produção nacional do grão. Segundo a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o custo alto da implantação da colheita mecanizada, que traria mais competitividade, é apenas um dos problemas do setor.

? Nós temos um maior custo com a mão-de-obra pelo fato de o salário regional ser maior do que nos outros Estados, e por um deságio do nosso produto em relação aos outros Estados. Deságio esse não fundamentado, porque o nosso café é tão bom quanto o dos outros Estados ? disse o presidente da Comissão de Café da Faep, Guilherme Lange Goulart.

Representantes de associações de cafeicultores de 18 municípios paranaenses avaliaram que a atividade precisa seguir novos rumos para não desaparecer do Estado. O preço de venda, cerca de R$ 240 atualmente, é um dos principais entraves para a atividade. O produtor Floriano Leite Ribeiro já pensa em desistir da cafeicultura.

? É com muita tristeza que penso em desistir, porque foi uma vida dedicada à cultura do café. Porém, chega um ponto em que é impossível comprometer todo um patrimônio só por uma insistência heróica para continuar em uma atividade ? avalia o cafeicultor.