Levantamento feito pelo cafeicultor Silvio Altrão mostra que a dívida da cafeicultura brasileira passa de R$ 12 bilhões, sendo que metade é com o Banco do Brasil. O Funcafé teria em caixa mais de R$ 5 bilhões.
O Governo administra o Funcafé, mas libera poucas linhas de crédito para custeios de colheita, de safra e armazenamento. Os produtores denunciam que os recursos estão servindo apenas para rolagem de divida e para ajudar outros setores da cadeia produtiva, deixando o cafeicultor de lado. A ideia seria dar outro destino para os bilhões do fundo que possa garantir renda para o setor.
O cafeicultor Nerso Chihara já chegou a produzir 15 mil sacas de café e, depois de enfrentar várias crises, reduziu a área pela metade. O produtor já encaminhou para lideranças do setor uma proposta de fazer funcionar de fato um estoque regulador e estimular a renovação do parque cafeeiro, erradicando os cafezais de baixa produtividade.
Apesar dos problemas, a florada do café na região do Cerrado mineiro exala perfume e esperança de uma boa produção na próxima safra, considerada a melhor dos últimos 10 anos. A uniformidade dos cafezais leva otimismo para cafeicultores como Sergio Dadona, que está na atividade há 25 anos. Em 2005, ele conseguiu quitar as dívidas quando os preços do café subiram durante três semanas. Estava com o produto pronto para vender na hora certa, mas acabou fazendo novas dívidas. Ele investiu na propriedade em área e maquinário e acreditou no mercado.