Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Cafeicultores de São Paulo preveem supersafra do grão em 2014

Produtores temem que a super oferta do produto possa abarrotar os armazéns e causar ainda mais prejuízos ao setorCafeicultores de Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo preveem supersafra para o ano que vem, com base na florada da planta. A cultura, que normalmente passa por uma bianualidade, oscilando entre um ano bom e um ano com menos produção, está com a expectativa de uma maior safra de 2014. O problema é que ainda há muito café estocado e a super oferta do produto pode abarrotar os armazéns e causar ainda mais prejuízos para o produtor.

>>Leia mais notícias sobre Café

O clima ajudou e todas as condições naturais favoreceram a florada do café na região. A lavoura está se desenvolvendo bem e anuncia uma próxima safra grande. Segundo o produtor e engenheiro agrônomo da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal (Coopinhal), Celso Scanavachi, o que deveria ser um bom sinal, na verdade representa um problema para o setor.
 
– A situação da lavoura é boa, porém, a situação do cafeicultor está muito ruim. O preço do café não está compensatório, nós temos um custo de mão de obra alto, mecanização cara – destaca Scanavachi.

– O custo, hoje, de produção passa dos R$ 330. O produtor produz café e vende no mercado a R$ 250. Uma coisa completamente inaceitável, inviável no atual mercado. O preço justo no atual mercado, condicionado à dificuldade de mão de obra e um monte de outros fatores, seria de no mínimo, R$ 410. Para que o produtor pudesse, ao menos, tocar seus compromissos e honrar a lavoura – diz o gerente geral da Coopinhal, Daniel bertelli Gozzoli.

Na propriedade  de Scanavachi, foram colhidos apenas 60% dos grãos, com a ajuda de máquinas. Os outros 40% que necessitavam de mão de obra humana ficaram perdidos.

– Como o café de baixa qualidade tem uma defasagem muito alta no preço, se ele for pagar a mão de obra para recolher esses 40%, não paga. O café que será escolhido não paga o custo da mão de obra. Então, ele vai largar, deixar esse café perdido no chão, vai acarretar para um aumento da broca, que é uma praga que é bem séria pra agricultura – diz Scanavachi.

A safra não foi totalmente comercializada e alguns produtores somam mais R$ 1,500 em prejuízos por hectare. Como a expectativa para a próxima safra é de uma produção maior do que esta, o receio dos produtores é de que os prejuízos se acumulem ainda mais.

– Estamos com estoques elevadíssimos, não podendo realizar vendas desse café. caso venha fazê-lo, certamente o seu cooperado, produtor não terá condições de pagar as contas junto ao comércio como um todo – destaca Gozzoli.

– O governo liberou uma parcela de dinheiro para estocagem, para a pré-comercialização, mas acho que isso ainda vai arrastar um prejuízo maior, porque os produtores vão pagar uns juros em cima dessa estocagem de café. Mas com a perspectiva uma safra maior, o prejuízo vai aumentar – salienta Scanavachi.
O que os produtores buscam, agora, é a intervenção do governo para que eles consigam o parcelamento das dívidas ou até mesmo o uso do produto como pagamento/

– Como ele vai ter uma safra alta, ele tem condições de pagar com seu próprio produto. Mas no preço que está, pra pagar a dívida em dinheiro, está sendo inviável – diz Scanavachi.

– Temos que pensar em políticas que tragam renda ao produtor. Por exemplo: preço mínimo não da mercadoria, porque apesar de existir um preço mínimo, o governo não tem obrigação de compra deste café. A gente precisaria, por exemplo, de um preço mínimo de exportação. Onde o setor inteiro estaria envolvido, inclusive os exportadores que reclamam muito, quando existem esses programas de estocagem, que café abaixo do custo de produção não seria exportado do brasil. O governo entraria com estocagem e colaboraria com todo o setor. Outra opção, porém, muito radical, é pagar para os produtores arrancarem o café, fazerem erradicação do grão, pra que isso volte a dar renda para aqueles que, efetivamente, sabem trabalhar com a cultura – conclui o gerente geral da Coopinhal.

Clique aqui para ver o vídeo

Sair da versão mobile