Agricultura

Comissão da Câmara aprova uso de aviões agrícolas no controle de incêndios

Setor quer ajudar no combate às queimadas, que bateram recorde no ano passado, quando foram registrados 222.798 focos

O Brasil caminha para o clima mais seco nos próximos meses, e o temor quanto aos incêndios florestais cresce. Lavouras devoradas pelas chamas, animais mortos e fazendas destruídas foram algumas das imagens tristes registradas no ano passado. Diante disso, a aviação agrícola quer contribuir no controle, mas precisa de permissão.

Nesta terça-feira, 4, a Câmara dos Deputados deu o primeiro passo. A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou o parecer do deputado federal Zé Vitor (PL-MG), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), referente à aprovação do projeto de lei 4.629 de 2020, que inclui a aviação agrícola na política de governo para combate a incêndios florestais no país.

De autoria do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), a proposta tem como objetivo facilitar aos governos federal e estadual a contratação de aviões agrícolas para operações contra incêndios florestais.

O parlamentar expôs a importância do projeto para a comissão. “Com a entressafra no país, muitos dos aviões utilizados na proteção do cultivo agrícola ficam inutilizados. A ideia é que eles possam contribuir com a contenção dos incêndios florestais,” afirmou.

Incêndios

O Brasil registrou, em 2020, o maior número de focos de queimadas em uma década. Foram 222.798 focos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A tendência é que esse quadro se repita, devido às mudanças climáticas no planeta.

“Em vez de comprar aviões, contratar pilotos e arcar com todo o custo de instalação, manutenção, treinamento e pessoal (estrutura que ficaria ociosa por oito meses), o poder público terceirizaria plantões e horas voadas somente nos meses de incêndios,” ressaltou Zé Vitor.

A proposta segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), em regime de tramitação de prioridade.