A Câmara Setorial da Soja pede a liberação urgente de inseticidas capazes de combater a lagarta. Os produtores alegam que estão tendo gastos excessivos usando produtos que não têm eficácia para combater a praga. A incidência da lagarta, comum no milho, migrou para o algodão e a soja. E agora preocupa os produtores.
– É a questão da resistência de pragas, principalmente lagartas no milho, caso da helicoverpa, que está migrando para a soja porque o inseticida BT natural, que é transgênico e está no milho, não está controlando essa lagarta. Ela é muito agressiva, é muito feroz. Também ataca o algodão, e migrou agora para a soja – fala o diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Ivan Paghi.
A cadeia produtiva pede urgência para que o governo registre no país um inseticida capaz de combater essa praga. Possibilidade que já está sendo analisada pelo Ministério da Agricultura e pelo Ibama.
– Essa questão da liberação emergencial de alguns inseticidas é fundamental; primeiro porque o custo, hoje, do controle dessa lagarta está sendo muito alto, e muitos inseticidas que nós temos não estão sendo eficientes. Então, nós temos, por exemplo, inseticidas que já estão registrados em outros países e são muito mais eficientes – diz o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira.
Os produtores aumentaram os gastos para combater a doença, mas sem muita eficácia.
– O controle dessa lagarta na Austrália e em outros países que tiveram problema, custa US$ 4 por hectare, enquanto aqui no Brasil estamos com números estratosféricos chegando a US$ 80 por hectare e não controlando, porque não temos produtos que sejam eficientes e nem produtos mais baratos – explica Silveira.
Na tarde desta quarta, ocorreu a primeira reunião do Comitê Técnico de Agrotóxicos (CTA) para avaliar o pedido dos produtores de soja e algodão de liberação da importação de defensivos para controle da lagarta Helicoverpa zea. O comitê é formado por representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).