Câmbio sinaliza preço atrativo para soja em 2016

Dólar em alta compensará queda de preços internacionais, avalia estudo doz Cepea. Pesquisadores do cento de estudos acreditam em novo recorde de produção

O câmbio sinaliza preços atrativos para a soja no Brasil em 2016, apesar da queda dos preços internacionais, conforme análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) divulgada nesta sexta-feira, dia 8. 

“Em 2016, provavelmente a taxa de câmbio continuará sendo o fator de maior causa de oscilação de preços”, informaram os pesquisadores. Eles citam as projeções do Relatório de Mercado Focus. A mais recente edição, de 4 de janeiro, apontava que a mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano passou de R$ 4,20 para R$ 4,21.

Segundo o Cepea, na última quinzena de dezembro na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato para janeiro estava cerca de 15% abaixo do ano anterior, e o contrato para novembro de 2016 estava apenas cerca de 2% acima do de janeiro de 2016, “indicando que não deve haver mudança expressiva nos patamares naquela Bolsa ao longo do ano”. 

Já tomando como referência as cotações em Paranaguá (PR), os negócios realizados na primeira quinzena deste mês para embarque entre fevereiro e julho de 2016 tiveram média de US$ 19,80 a saca de 60 kg, 18% maior do que no ano anterior. No mercado disponível, essa diferença chega a 20%.

Levantamento do centro apontou que, considerando a compra de todos os insumos para a cultura da soja a preços de novembro de 2015 e a venda de toda a produção no mesmo mês, e mantendo a tecnologia adotada na safra 2014/2015, a rentabilidade média seria de 17,2% sobre o custo total. Em novembro de 2014, o rendimento era de 12,5%. 

Para os cálculos, foram considerados os custos e receitas das regiões de Carazinho (RS), Londrina (PR), Cascavel (PR), Dourados (MS), Rio Verde (GO), Sorriso (MT), Primavera do Leste (MT), Uberaba (MG) e Barreiras (BA). Segundo o Cepea, cerca de 40% da produção esperada havia sido vendida no Brasil até dezembro. 

Safra

Os pesquisadores avaliaram, ainda, que a atual safra deve bater novo recorde de produção, mas ressaltaram a influência do clima de agora em diante. “As poucas chuvas em várias regiões do Cerrado brasileiro entre fim de novembro e dezembro causam preocupação.” 

A consultoria INTL FCStone reviu a estimativa de safra brasileira de soja, após a estiagem prolongada de 2015, para 97,8 milhões de toneladas, reduzindo a projeção em 1 milhão de toneladas em relação à previsão anterior.