Camex descarta reduzir TEC para importar trigo fora do Mercosul

Moinhos pediram em março a retirada do imposto de 10% para um volume de cerca de dois milhões de toneladasA Câmara de Comércio Exterior (Camex) descarta a realização de reunião extraordinária nos próximos dias para discutir uma possível retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) para importações de trigo de fora do Mercosul. Os ministérios da Agricultura e da Fazenda avaliam que a perspectiva de oferta melhorou, com a sinalização de maior plantio no Brasil em 2014, e os preços do cereal vêm recuando no mercado internacional. Os moinhos pediram em março a retirada do imposto de 10% para um volume de cerc

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A safra de trigo de inverno nos Estados Unidos não deve registrar a quebra esperada após o clima ter sido desfavorável em algumas etapas do ciclo de desenvolvimento. Com isso, os preços futuros da commodity negociados nas bolsas de Chicago e Kansas caíram entre 13% e 17% só no último mês. O governo avalia que um movimento de inversão dos preços altos começou com força em meados de maio e deve continuar até a entrada no mercado das safras brasileira e argentina.

Mesmo o volume baixo de estoques públicos do grão no Brasil – de 23,6 mil toneladas – não preocupa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A avaliação é de que a indústria está abastecida até julho com trigo importado nos Estados Unidos e também trazido do Rio Grande do Sul, onde ainda há disponibilidade de produto colhido em 2013. A colheita da nova safra começa em julho no Sudeste e no final de agosto/início de setembro no Paraná.

Em 2013, a quebra da safra causada por forte geada no Paraná e as dificuldades de compra na Argentina levaram o governo a eliminar a TEC de 10% para reduzir o custo de importação da indústria moageira, que começou a se abastecer no mercado norte-americano. O Brasil importou 2,7 milhões de toneladas fora do Mercosul após a medida. A formação de estoques por parte dos moinhos, no entanto, desagradou ao setor produtivo brasileiro. Neste ano, com a expansão da área plantada, uma possível retomada da isenção preocupa ainda mais, porque pode comprometer a liquidez do mercado no momento da entrada da safra nacional.

A Camex quer evitar isso. O órgão aposta no aumento da área plantada na Argentina, de 3,6 milhões de hectares na safra 2013/2014 para 4,3 milhões de hectares no ciclo 2014/2015. A safra do Brasil para 2014 esperada pela Conab é de cerca de 6,9 milhões de toneladas – aumento de quase 25% na comparação com 2013.

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Agência Estado