Uma fila de caminhões de oito quilômetros foi registrada na manhã desta terça-feira, 16, na BR-230, em Itaituba (PA). A rodovia dá acesso ao Porto de Miritituba. No vídeo enviado ao Canal Rural, é possível ver os veículos parados. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) estava no local tentando organizar a situação.
Situação se repete em outras rodovias
O problema logístico está ligado ao grande fluxo de veículos na região, causado pelo atraso no calendário da soja. Neste momento, muitas fazendas dos estados próximos estão colhendo e escoando a produção ao mesmo tempo, sendo o Porto de Miritituba, na região Norte, uma saída importante. Diante do déficit de armazenagem, outro problema antigo do setor, não há muito como segurar os grãos nas fazendas.
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De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, um problema parecido foi registrado na BR-163 nos últimos dias.
“É um pequeno trecho de 7 km em que os motoristas precisam pegar após sair da BR-163. Como é uma via pequena, administrada pela prefeitura, ela não tem condições de suportar o alto fluxo de caminhões que estão escoando a safra pela BR-163 neste momento”, disse Nassar.
#Triste – Enquanto isso, pelas rodovias aqui no Tapajos… Com a fila de caminhões de soja em Miritituba, fica difícil pra ambulância passar. Um paciente teve que ser levado de maca pra buscar atendimento do outro lado. Mais aqui: https://t.co/TNf6lXmtWu#TapajosLivre pic.twitter.com/L64RFNolur
— Caetano Scannavino (@caetanosca) February 12, 2021
Mesmo com a grande quantidade de caminhões parados, o dirigente afirma que a ocorrência não trará atrasos para a colheita no país e o fluxo de chegadas e saídas irá se normalizar aos poucos. No entanto, ele acredita que um apoio do governo ajudaria a controlar a situação mais rápido.
“A Polícia Rodoviária Federal poderia ajudar organizando uma fila única para os caminhões que estão parados nesse trecho. O Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] também poderia adotar um esquema de rodízio de caminhões, como foi feito em 2019, onde até mesmo as traders participaram do planejamento para tentar controlar o fluxo que sempre é maior no início do ano”, destaca o presidente da Abiove.
Para André Nassar, parte dos problemas logísticos enfrentados para o escoamento da safra podem ser resolvidos a partir da concessão da BR-163, que foi totalmente asfaltada no fim de 2019. “Certamente a empresa que assumir a BR irá trabalhar na construção de acesso a terminais de carga. No entanto, a concessão não da rodovia não é um processo simples”.