O caminhoneiro Vanderlei João Reichert transporta produtos agrícolas há 13 anos. Ele ainda não se acostumou com os valores pagos em pedágio. Só na última viagem de Minas Gerais a São Paulo ele gastou R$ 600,00 com as tarifas.
? Se pagasse esse valor por mês, em quatro anos, dava para comprar um caminhão novo.
O Estado de São Paulo tem mais de 35 mil quilômetros de estradas pavimentadas. Nas rodovias estaduais, 5,6 mil quilômetros são de responsabilidade de concessionárias, 16% do total. As tarifas variam de R$ 6,00 até quase R$ 20,00. E nesta semana, tiveram um reajuste entre 4% e 5%.
No Sistema Anchieta-Imigrantes, principal via de acesso ao porto de Santos, o pedágio é o mais caro de São Paulo. A tarifa passou a ser de R$ 18,50 para carros de passeio. Mas para os caminhões, esse valor é cobrado por eixo o que pode somar até R$ 100,00 por uma passagem pelo local. As altas taxas preocupam quem precisa trafegar por vias como esta.
Vanderlei faz as contas: aquela mesma viagem que custou R$ 600,00 vai ficar mais cara com o reajuste.
? Antes eu pagava R$ 600,00, agora vai chegar a quase R$ 900,00 ? afirma o caminhoneiro.
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, que representa as administradoras, justifica os aumentos. Alega que é preciso equilibrar gastos e financiar novos investimentos.
? Evidentemente, para compensar as variações de custo que ocorrem no ano, são aplicados índices inflacionários ou o IGP-M ou o IPCA, conforme a época dos contratos ? explica o presidente da Associação, Moacyr Duarte.
O certo é que, no fim das contas, segundo caminhoneiros e transportadores, quem paga é o consumidor.