O mel é um dos alimentos mais antigos da humanidade. Na pré-história, os homens comiam uma mistura de mel, cera e pólen, uma refeição rica em calorias e proteínas. Agora, os apicultores querem resgatar este hábito milenar e trazer de volta o mel para a mesa dos brasileiros.
A campanha nacional quer incentivar o consumo e acabar com o mito de que o mel é um medicamento. Outra estratégia será incluir o produto na merenda escolar.
? No primeiro ano, estimamos alcançar um incremento de 15% e 20% no 2º ano, aumentar nesses termos, para não ser necessário importar mel da China para vender no mercado interno ? disse o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura, José Cunha.
O Sindicato do Distrito Federal já trabalha para expandir as vendas. Os produtores estão fazendo cursos de qualificação e descobrindo formas de agregar valor ao mel.
? Nós já estamos trabalhando também no incentivo ao consumo de mel, participando de curso usando o mel na culinária. Temos um curso recente do qual participou apicultores e familiares ? explicou o presidente do Sindicato dos Apicultores do DF, Cícero Clemente de Freitas.
Se o mercado crescer, os apicultores garantem que podem produzir mais.
? Nós, apicultores, não produzimos mais justamente porque achamos que não vamos ter para quem vender ? acrescentou Freitas.
As abelhas brasileiras atingiram um marco histórico em 2009. Produziram 50 mil toneladas de mel, o melhor resultado dos últimos anos. Quase a metade foi exportada. Estados Unidos, Europa e Japão são os principais compradores. Porém, a produção nacional ainda pode crescer quatro vezes mais, segundo o Sebrae.
? Nosso consumo é um dos mais baixos no mundo, 117 gramas por pessoas. Consumo de países desenvolvidos é de em torno de mil gramas, um quilo. Na Europa, média é de 1,5 kg, e na Alemanha, 2,4 kg ? disse o coordenador da Carteira do Mel do Sebrae, Reginaldo Rezende.