Açúcar: Rabobank eleva estimativa de déficit global para 8,5 mi de toneladas

Já para o ciclo 2016/2017, que começa em outubro, a expectativa é de falta de 5,5 milhões de toneladas, de acordo com banco

Fonte: Divulgação/Embrapa

O Rabobank elevou nesta quarta, dia 8, sua projeção de déficit de açúcar na safra global 2015/2016, de 6,8 milhões para 8,5 milhões de toneladas. Trata-se do primeiro déficit após cinco temporadas consecutivas de superávit. De acordo com o relatório trimestral da instituição sobre o mercado, o aumento leva em conta uma produção menor na Ásia e os problemas climáticos com a safra do Centro-Sul do Brasil, onde as chuvas têm prejudicado a moagem de cana e o embarque do alimento. Já para o ciclo 2016/2017, que começa em outubro, a expectativa é de outro déficit, de 5,5 milhões de toneladas.

“Naturalmente, isso implica redução significante nos estoques globais e um aperto correspondente na relação entre estoques e consumo”, destacou o banco. De acordo com o Rabobank, na safra 2015/16 as reservas de açúcar devem ser suficientes para suprir 35% da demanda global, porcentual que deve cair para perto de 30% no ano seguinte. Na média dos últimos 10 ciclos, a relação se aproxima de 40%.

Por região, o Rabobank manteve sua projeção de produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil em 34,6 milhões de toneladas, mas destacou que o clima poderá influenciar no volume final da temporada. Na Tailândia, onde a safra se aproxima do fim, o Rabobank informou produção de açúcar 1 milhão de toneladas menor em 2015/2016, com 10,4 milhões de toneladas, o menor volume desde 2010/2011. A redução deve-se à estiagem provocada pelo El Niño, que diminuiu a moagem em 6,6%, para 94,1 milhões de toneladas. Para 2016/2017, o banco estima uma fabricação de açúcar ligeiramente maior, de 10,8 milhões de toneladas.

Quanto à Índia, segundo principal player mundial, o incremento de produção deve ser de apenas 100 mil toneladas em 2015/2016, para 26,6 milhões de toneladas. Esse volume, contudo, deve cair com força na temporada 2016/2017 em razão da forte seco no país, para algo próximo de 23 milhões de toneladas. Na China, a produção caiu 18% em 2015/2016, para 9,2 milhões de toneladas. Para o banco, as importações pelo gigante asiático devem alcançar 4,9 milhões de toneladas na temporada para dar conta da demanda, prevista em 17 milhões de toneladas.

Com relação à União Europeia, o Rabobank projetou produção de 15,1 milhões de toneladas de açúcar em 2015/2016, 200 mil toneladas a menos na comparação com a estimativa anterior e 20% abaixo do registrado em 2014/2015. As safras de Reino Unido e Alemanha, de 1 milhão e 3,2 milhões de toneladas, respectivamente, ficaram bem abaixo do esperado. Para o ano que vem, a instituição estimou produção entre 16,5 milhões e 17 milhões de toneladas na UE.