A safra global de açúcar 2020/2021 deve ser marcada por superávit (oferta maior que demanda), puxado pelo aumento previsto de 9,5 milhões de toneladas na produção brasileira, aponta a Cogo – Inteligência em Agronegócio. “A previsão é de um excedente de oferta de 10,2 milhões de toneladas no mercado global na temporada 2020/2021, após o déficit de 5,4 milhões de toneladas em 2019/2020”, detalha.
Do lado da oferta, segundo a consultoria, a pressão sobre os preços do petróleo causada pela crise da Covid-19 elevou a probabilidade de que maior volume de cana-de-açúcar brasileira seja destinada à produção de açúcar e não de etanol, o que pode representar incremento momentâneo na oferta global, já que o país é o maior exportador da commodity. Ao mesmo tempo, na ponta da demanda, a pandemia afeta o consumo global de açúcar.
Os preços futuros devem oscilar entre 12 centavos e 13 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York para os vencimentos de 2020 e 2021.
Brasil
A produção brasileira deve bater recorde de 39,3 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2020/2021, com um crescimento de 32% em relação ao que foi alcançado na safra anterior (29,8 milhões de toneladas), estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A exportação brasileira apresentou aumento de 69,9% nos quatro primeiros meses desta safra, a partir de abril, comparado ao mesmo período de 2019, favorecida pela valorização do dólar ante o real, ampliação da produção e pelo grande volume de vendas antecipadas realizadas pelas usinas e tradings.
“A expectativa é de que a exportação brasileira continue em alta, estimulando a produção, influenciada pela leve recuperação dos preços internacionais, pela taxa de câmbio elevada e a oferta mundial limitada por adversidades climáticas em importantes países produtores da Ásia”, diz.