A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o uso comercial da primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada do mundo, a chamada Cana Bt, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Em nota, o CTC disse que a Cana Bt passou por “rigorosa” avaliação, que a considerou segura sob os aspectos ambiental e de saúde humana e animal.
A nova variedade, CTC 20 Bt, tem como característica a resistência à broca-da-cana, que chega a provocar perdas anuais de R$ 5 bilhões ao setor em razão de reduções de produtividade agrícola e industrial. “A aprovação da Cana Bt por parte da CTNBio é uma grande conquista do CTC e do setor sucroenergético nacional. Nos próximos anos, planejamos expandir o portfólio de variedades resistentes à broca, adaptadas a cada uma das regiões produtoras do Brasil. Além disso, o CTC também planeja desenvolver variedades resistentes a outros insetos, bem como tolerantes a herbicidas”, disse o presidente do CTC, Gustavo Leite, no comunicado. Segundo o executivo, com a Cana Bt, “além dos ganhos econômicos, o produtor poderá simplificar a logística e melhorar a gestão ambiental de suas operações”.
O dossiê científico a respeito da cana geneticamente modificada foi submetido à CTNBio no fim de 2015 para análise de risco à saúde e ao meio ambiente. Durante o processo, ficou comprovado que o açúcar e etanol obtidos a partir da nova variedade são idênticos aos produtos derivados da cana convencional. O CTC informou que vai trabalhar junto aos produtores, iniciando o processo de distribuição de mudas da CTC 20 Bt e monitorando o plantio. “O processo de propagação é similar ao de introdução de uma variedade convencional, com a cana dos primeiros anos sendo usada para expansão da área plantada e não para a produção de açúcar e etanol”, destacou Leite.