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Archer prevê moagem de cana no Centro-Sul de 618,5 milhões de toneladas

De acordo com a consultoria, devem ser produzidos 34,35 milhões de toneladas de açúcar e 27,49 bilhões de litros de etanol. Para a FCStone, Norte-Nordeste deverá ter queda de 15% 

Fonte: Embrapa/divulgação

A Archer Consulting projeta que a moagem de cana-de-açúcar pelo Centro-Sul do Brasil na safra 2016/2017, que se inicia em abril, alcançará 618,5 milhões de toneladas. Caso se confirme, o volume tende a ser maior que o registrado na atual temporada. Até janeiro, as usinas e destilarias da principal região produtora do País haviam processado 600 milhões de toneladas. O ciclo se encerra em 31 de março.

De acordo com a consultoria, devem ser produzidos 34,35 milhões de toneladas de açúcar e 27,49 bilhões de litros de etanol. Essa fabricação leva em consideração um mix de 43,5% da oferta de matéria-prima para o alimento.

Em relatório, porém, o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, salienta que esse mix pode sofrer alterações ao longo do ano. “Acreditamos que a combinação de custo financeiro alto, a modorra do mercado físico de exportação, o aumento dos descontos e a sufocação do fluxo de caixa vão impelir as usinas a produzirem mais etanol no começo da safra do que se pensava, principalmente agora com os preços deprimidos”, explicou. 

A Datagro também divulgou nesta segunda sua estimativa para a moagem, estimando um volume similar ao da Archer. Segundo a Datagro,  as usinas e destilarias do Centro-Sul irão totalizar 620 milhões de toneladas nesta safra.

Norte-Nordeste 

A INTL FCStone projetou nesta segunda que a moagem de cana-de-açúcar no Norte-Nordeste na safra 2015/2016 alcançará 51,7 milhões de toneladas, 14,9% menos na comparação com o registrado em 2014/2015. De acordo com a consultoria, a produção local tem sido afetada pela forte seca, o que já obriga usinas a encerrarem o ciclo por falta de matéria-prima. Por lá, a safra vai de setembro a agosto.

“A maior parte das plantações nos três principais estados canavieiros da região registra produtividade agrícola inferior às expectativas”, disse o analista da INTL FCStone, João Paulo Botelho. Entre abril e outubro do ano passado, período de desenvolvimento dos canaviais, a média de chuvas foi de 843 mm nas áreas canavieiras, 32% abaixo do normal.

Ainda de acordo com a consultoria, os efeitos da seca sobre a produção de açúcar e etanol têm sido “ligeiramente suavizados” pela melhora nos níveis de Açúcar Total Recuperável (ATR). A INTL FCStone projetou ATR médio de 126,9 kg por tonelada, 1,4% acima do registrado na safra anterior.

O mix de produção vem sendo mais direcionado para o etanol. A produção alcooleira deve consumir 52% da cana processada, 1,1 ponto porcentual acima da safra passada. Com isso, a produção de açúcar deve cair para 3 milhões de toneladas (-15,7%), enquanto o volume de hidratado produzido pode alcançar 970 milhões de litros (+6,7%) e o de anidro, pouco mais de 1 bilhão de litros (-23,8%).

“O principal motivo para esta mudança foi a redução na paridade entre o etanol e a gasolina C nos postos da região no começo da safra, graças ao aumento na tributação sobre o combustível fóssil no começo de 2015”, explicou Botelho. 

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