O presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Manoel Ortolan, avaliou ontem, dia 25, que as chuvas constantes sobre as lavouras da cultura podem antecipar o fim da atual safra e adiantar o início da colheita da safra 2016/2017.
Com a colheita prejudicada pelas chuvas, o planejamento atual de várias usinas é o de continuar a moagem da cana durante janeiro e fevereiro do próximo ano. Mas Ortolan avalia que o encarecimento dos processos agrícola e industrial, com as sucessivas paradas e retomadas, pode antecipar o fim do corte este ano.
“A expectativa é de sobrar mais cana [sem colher] do que a gente previa e começar a próxima safra mais cedo, com um maior número de unidades industriais. Muitos, com a chuva, já pensam em parar antes porque processar e parar sucessivamente fica muito caro”, disse Ortolan. “Tem gente que já perdeu de 30 a 35 dias de moagem e isso compromete”.
Segundo o presidente da maior associação de produtores do país, as chuvas, no entanto, devem garantir o bom desenvolvimento da cana a ser colhida na safra 2016/2017, iniciada oficialmente em março do ano que vem.
Ainda de acordo com Ortolan, a alta recente nos preços do açúcar e do etanol e o cenário positivo para os dois produtos também para o próximo ano animam o setor produtivo de cana. “O preço da cana é formado a partir do preço do açúcar e do álcool nos mercados interno e externo. O que já houve de aumento estamos sentindo desde outubro e toda melhoria desde então será sentida no fechamento da safra, em 31 de março, quando é feito o acerto com os produtores”, concluiu.