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Ciclo do açúcar começa a se recuperar, diz Biosev

Setor dobrou de tamanho até 2010, quando a política de preços de combustíveis desestimulou uso do etanol, diz presidente

Fonte: Suelen Farias/Canal Rural

O diretor presidente da Biosev, Rui Chammas, disse nesta sexta-feira, 27, que, “tecnicamente, nós chegamos ao fundo do poço do ciclo do açúcar e, agora, o setor começa se recuperar”, repercutindo os comentários do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que ontem, dia 26, durante o Summit Agronegócio Brasil 2015, disse que o setor sucroalcooleiro inicia recuperação.

“Para entender o que acontece no segmento hoje é preciso ver o que aconteceu há cinco anos. Quando houve um investimento muito grande em aumento de capacidade instalada, na crença de que o etanol seria usado como solução sustentável no mercado de combustíveis”, afirmou.

Segundo Chammas, o setor dobrou de tamanho até 2010 quando se iniciou uma política de preços de combustíveis no Brasil que desestimulou o uso do etanol.

“Nisso, tivemos dois efeitos: a capacidade diminuiu porque mais de 60 unidades fecharam no Brasil e os preços, caíram”, comentou. “Com este efeito de redução e aumento de demanda, a gente chega hoje em 2015, num ponto em que, pela primeira vez, a demanda está um pouco maior do que a produção. Já imaginamos para a próxima safra preços melhores para o açúcar, em reais. As cotações podem aumentar, de 20% a 25%, em relação ao valores de este ano”.

Na opinião de Chammas, o período é próspero para o setor sucroenergético brasileiro com boas perspectivas para a demanda de etanol e açúcar. “O setor passa por um momento muito rico. Temos a perspectiva de déficit de açúcar, que a gente acredita deve durar muito tempo”, afirmou.

Segundo ele, os estoques mundiais da commodity devem diminuir nos próximos anos. Em relação à China, por exemplo, ele estimou um déficit de 6 milhões de toneladas de açúcar em 2016, mantendo o país asiático como grande importador.

Sobre o fenômeno climático El Niño, Chammas não vê prejuízos à safra brasileira em 2016, mas avalia que haverá prejuízos para as lavouras de outras regiões, como as da Austrália. Em relação ao etanol, o executivo afirmou que houve melhora no consumo do combustível com incentivos de ICMS em alguns estados, como Minas Gerais. 

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