O mercado estima que a safra 2016/2017 de cana-de-açúcar fique em torno de 620 milhões de toneladas no Centro-Sul, volume cerca de 2% superior ao do ciclo passado. Os produtores do estado de São Paulo estão otimistas, pois o preço do açúcar está em alta no mercado internacional.
A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), que serve como índice para a remuneração da cana, começa a safra valendo R$ 0,68 por quilo, 30% a mais que no mesmo período do ano passado. Os agricultores, no entanto, preocupam-se com a possibilidade de o governo reduzir o preço da gasolina, o que forçaria a redução do valor do etanol.
O produtor Odair Novello, de Piracicaba (SP), cultiva cana em 6 mil hectares e é um dos maiores fornecedores das usinas da região. Com tempo aberto, ele começou a colher uma área de mais de mil hectares de cana bisada – que ficou de uma safra para outra –, que não pôde ser colhida por causa do excesso de chuva. Parte do plantio sofreu acamamento, o que dificulta a colheita.
Apesar das condições difíceis, Novello está confiante nos bons resultados da cultura. Principalmente, em função da valorização do quilo do ATR. “Começou bem mais alto que no ano passado, e a esperança é que não caia tanto (ao longo do ciclo)”, diz.
Para o vice-presidente da cooperativa Coplacana, José Coral, mesmo que a cotação caia um pouco, por influência da variação do dólar, a remuneração será satisfatória. “Se ela ficar em R$ 0,60 (o kg de ATR por tonelada de cana), já é um número bom”.