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Colheita mecanizada reduz ATR da cana-de-açúcar, mas diminui mão-de-obra

Mais de 90% da are do Centro-Sul já aderiu ao sistema, três vezes mais do que na última décadaA colheita mecanizada aumenta a quantidade de impurezas na cana-de-açúcar e prejudica a qualidade do produto. Nos últimos cinco anos, as indústrias do Estado de São Paulo, deixaram de receber quase 862 milhões de quilos de ATR. Uma redução na receita de quase R$ 400 milhões.

Desde 2010, a colheita mecanizada é uma realidade na propriedade de José Guilherme Moro. Hoje, o produtor precisa somente de nove pessoas para a colheita dos 1.300 hectares de cana na fazenda no interior paulista. No início, a técnica foi vista com desconfiança, mas no passar dos anos essa imagem mudou.

– Você vê que os benefícios da colheita superam os malefícios todos e no decorrer dos anos você aprende a lidar, a mexer com ela – relata o produtor.
 
Segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira, a região Centro-Sul apresenta uma evolução significativa na participação da colheita mecanizada. Hoje, a técnica já está consolidada em mais de 90% da área, três vezes mais do que na última década.

– Essa palhada que fica sobre o solo consegue manter a umidade e para a nossa região isso é muito importante e necessário. Além disso, essa palhada aumenta o teor de matéria orgânica do solo e ela também pode fornecer alguns nutrientes, como por exemplo, o potássio. Ela fornece parte do potássio que a planta precisa e nós acabamos reduzindo isso das adubações de soqueira, é uma forma também de reduzir custos – diz a gestora técnica da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo, Alessandra Durigan.

Se por um lado a palha beneficia a qualidade do solo, por outro lado a colheita da cana crua estimula a proliferação de pragas.

– Ela gera mais benefícios para a cigarrinha, porque ela segura a umidade no pé da cana e é onde ela se instala. Nós aqui, entramos também com inseticidas, fizemos o levantamento na época da chuva e fizemos o controle químico – relata o produtor rural Moro.

Alessandra afirma que quem faz a limpeza da cana, a despalhação, as colhedoras, tem perda de eficiência, comparada à eficiência da cana colhida queimada. O que acontece é a entrada na indústria de uma porcentagem de impurezas vegetais maior: são folhas verdes, folhas secas, pontas de cana. Essas impurezas acabam prejudicando a extração de açúcar.

Segundo dados da Cooperativa, nas últimas cinco safras foram entregues 862 milhões de quilos de ATR a menos para as unidades industriais do Estado.

– A média ponderada da cana crua e da cana queimada, a cana crua apresentou, na média geral de todas as unidades industriais, uma perda de aproximadamente 3 Kg de ATR. Se nós pegarmos o parâmetro de R$ 0,45 ou R$ 0,50 por ATR vai dar em torno de R$ 1,00 e pouco por tonelada de cana a menos na última safra – calcula Almir Aparecido Torcato, gestor de Recursos e Projetos da Associação dos Produtores de Cana do Oeste de São Paulo.

Levando em conta o preço médio pago por quilo de ATR nas últimas cinco safras, as perdas da receita são de aproximadamente R$ 400 milhões.

– Quem recebe pelas quantidades de ATR que estão no canavial é o produtor de cana, nesse ponto de vista o único que tem essa diminuição no valor é o produtor de cana, mesmo – esclarece Torcato.

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