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Consultoria reduz ainda mais estimativa para moagem de cana-de-açúcar

Ausência de chuvas no Centro-Sul fez analistas diminuírem as expectativas. Previsões a médio prazo também não animam muito

Fonte: Zineb Benchekchou/Embrapa

A INTL FCStone reduziu novamente a estimativa de moagem de cana-de-açúcar na safra 2018/2019 no Centro-Sul do Brasil, iniciada oficialmente em 1º de abril. Para o período, usinas e destilarias devem processar 587,7 milhões de toneladas de cana, ante totais previstos de 590,7 milhões de toneladas, em março, e de 592,5 milhões de toneladas em fevereiro deste ano. Se confirmado, o volume deve ser 1,4% menor que o total processado na safra 2017/2018, de 596,3 milhões de toneladas de cana.

“As circunstâncias climáticas no primeiro mês da safra atual e as previsões para o médio prazo fizeram com que reduzíssemos ainda mais nossas expectativas para a moagem. Dados de abril mostram que apenas 47,1 mm (de chuva) precipitaram sobre as lavouras do Centro-Sul, queda de 55,8% em relação à mesma época do ano passado”, justificou João Paulo Botelho, analista da INTL FCStone. “As previsões para os próximos meses apontam que o La Niña – fenômeno que causa o resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial – observado no primeiro trimestre deste ano deve tornar o tempo mais seco e frio em relação à média histórica”, acrescentou.

As condições do tempo devem favorecer, no entanto, a oferta de Açúcar Total Recuperável por tonelada (ATR/t) de cana processada. A consultoria prevê o ATR em 135,5 quilos por tonelada em 2018/2019, ante 135 quilos por tonelada na estimativa anterior e 136,6 quilos por toneladas no fechamento da safra 2017/2018. 

Segundo a consultoria, a safra será também mais alcooleira que o previsto anteriormente. Com isso, reduziu de 42,4% para 41,5% e, agora, para 40,8% o mix de destino de cana para o açúcar no Centro-Sul em 2018/2019, ou seja, ampliou de 57,6% para 58,5% e para 59,2% o mix de destino para o etanol nas previsões. A safra passada terminou com um mix de 46,5% para açúcar e 53,5% para o etanol.

“O etanol chegou a pagar 33,4% a mais que o açúcar no pico da última entressafra, considerando a média ponderada para cada um dos dois produtos. Mesmo que este diferencial tenha recuado para uma média de 11,9% em abril, a vantagem oferecida pela produção do álcool carburante perante o açúcar ainda é a maior de toda a nossa série histórica para o primeiro mês da safra”, informou Botelho, da INTL FCStone.

Assim, a produção de açúcar entre abril de 2018 e março de 2019 no Centro-Sul deve alcançar 31 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria, ante 31,5 milhões de toneladas na previsão de março e de 32,4 milhões de toneladas em fevereiro. Se confirmada a estimativa a oferta de açúcar do Centro-Sul brasileiro recuará, de 14,1% sobre o total produzido em 2017/2018, de 36,1 milhões de toneladas.

Já a produção total de etanol foi elevada de 27,1 bilhões de litros, em fevereiro, para 28,2 bilhões de litros em março e, agora, para 28,6 milhões de litros, alta de 9,6% sobre o total de 26,1 bilhões de litros de 2017/2018. Do total previsto para 2018/2019, 27,7 bilhões de litros são de etanol de cana e 900 milhões de litros são de produzidos a partir do milho.

Botelho afirma que o clima mais seco de abril deve prejudicar a produtividade da segunda safra de milho, dar suporte aos preços do cereal e ampliar os custos de produção em Mato Grosso, único Estado que fabrica o etanol de milho em escala comercial. “Vale ressaltar, no entanto, que o diferencial de preços entre o etanol e o milho em abril de 2018 atingiu R$ 1,12 por litro em Mato Grosso, crescimento de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado, fato que ajuda a contrabalançar os impactos crescimentos no custo de produção”, concluiu.

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