Copersucar lucra R$ 45,13 milhões em 2015/2016

Com o resultado da safra encerrada em 31 de março de 2016, o lucro líquido aos controladores ficou em R$ 32,44 milhões

Fonte: Embrapa/divulgação

A Copersucar S.A., companhia controlada por usinas e grupos de sucroenergéticos e controladora de 15 empresas de comercialização e logística de açúcar e etanol, relatou um lucro líquido consolidado de R$ 45,13 milhões em 2015/2016, ante um prejuízo líquido de R$ 10,9 milhões na safra 2014/15. Com o lucro, a empresa volta ao azul, já que em 2013/2014 também apresentou um resultado positivo, de R$ 157,7 milhões, e, em 2012/2013, R$ 83,3 milhões de lucro líquido. 

Com o resultado da safra encerrada em 31 de março de 2016, o lucro líquido aos controladores ficou em R$ 32,44 milhões, ante prejuízo líquido de R$ 8,4 milhões no período anterior, de acordo com o balanço da companhia publicado nesta terça, dia 21, no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

A receita líquida com a comercialização de açúcar e etanol da companhia subiu de R$ 21,248 bilhões para R$ 25,45 bilhões entre os períodos. O custo dos produtos, no entanto, variou de R$ 20,45 bilhões para R$ 24,65 bilhões. Já o faturamento com serviços avançou mais de três vezes, de R$ 111,42 milhões para R$ 351,63 milhões entre 2014/2015 e 2015/2016, o que foi fundamental para o resultado positivo da Copersucar no período passado.

A Copersucar S.A. relatou, ainda, fortes variações positivas nas receitas financeiras em 2015/2016 ante 2014/2015, de R$ 1,57 bilhão para R$ 2,14 bilhões. Já as despesas financeiras saíram de R$ 2,26 bilhões para R$ 2,56 bilhões entre os períodos. 

Açúcar

Com a melhora no cenário para o açúcar, a Copersucar S.A. deve ampliar a comercialização da commodity de 500 mil a 1 milhão de toneladas em 2016/2017, sobre o total de 9 milhões de t originados no Brasil em 2015/2016. Já a Alvean, joint venture entre Copersucar e Cargill, deve aumentar entre 10% e 15% comercialização mundial e atingir 12 milhões de toneladas vendidas no atual período. 

O volume corresponde à meta da empresa para o terceiro ano de operações, a qual será, portanto, atingida já nesse segundo ano da companhia.

“O período passado (2015/2016) foi espetacular para o mercado físico, com a Alvean atingindo 30% de market share no mundo. Já o mercado de trading não foi ano bom para a Alvean, o que fez com que a companhia terminasse o período no zero a zero nos resultados financeiros”, disse Paulo Roberto de Souza, diretor presidente da Copersucar. “O mercado interno veio um pouco acima das expectativas, com recuperação de preços na entressafra do açúcar branco no mercado doméstico, emendou.

Segundo a companhia, o cenário do açúcar aponta para preços firmes nos próximos dois anos, fundamentado na redução de estoque e no déficit da oferta mundial. Enquanto isso, a oferta brasileira deve crescer em 2016/2017, para 35 milhões de toneladas, ante 31,5 milhões de toneladas no período anterior. “A Alvean vai, portanto, se beneficiar desses aumentos e ainda quer ampliar o market share”, disse Souza. 

Etanol

A empresa informou que a venda de etanol a partir do Brasil atingiu 5 bilhões de litros em 2015/2016, alta de 16,3% ante o período anterior. Do total, 4,3 bilhões de litros foram comercializados no mercado doméstico e o restante exportado. O crescimento, segundo a empresa, foi favorecido pela demanda em alta e pela recuperação dos preços do biocombustível. Já a Eco-Energy empresa norte-americana com 89% de participação da Copersucar, movimentou 8,5 bilhões de litros de etanol nos Estados Unidos em 2015/2016, alta de 13,3% sobre o período anterior. Juntas, Copersucar e Eco-Energy movimentam 11,5% das vendas globais de etanol, segundo a companhia.

No primeiro ano completo de operação, a Alvean, joint venture entre Copersucar e Cargill, comercializou 11,5 milhões de toneladas de açúcar, com participação de 30% no mercado global. No Brasil, a originação da Alvean foi de 5 milhões de toneladas da commodity.

Cerveró

O presidente do Conselho de Administração da Copersucar, Luís Roberto Pogetti, refutou nesta terça-feira, dia 21, as denúncias feitas em delação premiada pelo ex-diretor de Internacional da Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró, de que o ex-ministro e ex-presidente da Petrobras Biocombustível Miguel Rossetto fez lobby para que a companhia se tornasse a única vendedora de etanol para a estatal.

No depoimento, Cerveró disse ainda que a Copersucar controlaria o pagamento de propinas no negócio. “Isso é absolutamente infundado. A Copersucar vende para todo o mercado mundial, inclusive para a BR, e nunca fez pagamentos de nada além para vender. Essa é a postura clara e cristalina”, disse Pogetti, em uma conversa com jornalistas após a divulgação do balanço da companhia.

Há duas semanas, após a divulgação das denúncias, a companhia divulgou uma nota na qual informava manter “relacionamento comercial com diversas distribuidoras no Brasil, dentre elas a BR Distribuidora, sempre na mais estrita observância da legislação brasileira”.