Datagro elevou nesta terça, dia 25, sua estimativa para a safra de cana-de-açúcar 2015/2016 no Centro-Sul do Brasil em 2,30%, de 591 milhões para 604,65 milhões de toneladas. Caso se confirme, o volume ficaria quase 6% acima das 571 milhões de toneladas da temporada 2014/2015, encerrada em 31 de março, e superaria pela primeira vez a marca de 600 milhões de toneladas.
As projeções foram feitas pelo presidente da consultoria, Plínio Nastari, durante a abertura da 23ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), em Sertãozinho (SP).
Em relação aos produtos, a Datagro espera agora que a fabricação de açúcar atinja 31,39 milhões de toneladas, ligeiramente acima das 30,7 milhões de toneladas estimadas anteriormente. Quanto ao etanol, a consultoria projeta produção de 28,17 bilhões de litros, mais do que os 27,87 bilhões de litros da previsão anterior.
Considerando-se todo o Brasil (Centro-Sul mais Norte/Nordeste), a Datagro prevê moagem de 667,15 milhões de toneladas de cana, com produção de 34,87 milhões de toneladas de açúcar e 30,59 bilhões de litros de etanol total (anidro e hidratado).
Nordeste
A safra de cana-de-açúcar 2015/2016 no Nordeste começa oficialmente em 1º de setembro e pode ser até 3,5% menor em relação à temporada 2014/2015, que produziu quase 52 milhões de toneladas, segundo o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade. Caso essa projeção se confirme, a moagem no próximo ciclo ficaria em torno de 50 milhões de toneladas e iria na contramão do previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que espera aumento de 3% na produção da região.
A queda prevista é consequência das dificuldades financeiras pelas quais passa o setor sucroenergético local, de acordo com Andrade.
– Produtores e fornecedores tiveram problemas, as obrigações não foram pagas e a subvenção não saiu. Isso desestimulou o plantio e trato da cana – explicou.
Além disso, Andrade lembrou que ocorreu um veranico de abril ao início de junho, quando geralmente chove nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Note.
Andrade participou de encontro na sexta, dia 21, com a presidente Dilma Rousseff e cobrou uma resposta sobre a subvenção de R$ 127 milhões a produtores da região, afetados pela seca em 2012/2013. Segundo o representante, a mandatária prometeu dar um retorno a respeito em até 20 dias.
Ainda segundo a liderança, a tendência é que a temporada 2015/2016 seja mais alcooleira do que a atual, mas ele não detalhou os porcentuais previstos para o mix de produção. Na safra vigente, o Nordeste produziu pouco mais de 3 milhões de toneladas de açúcar e quase 2 bilhões de litros de etanol total (hidratado e anidro).