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Dívida do setor de cana sobe para R$ 50,5 bilhões

Dívida cresce 12% em relação à safra passada, enquanto investimentos caem 15%, diz Itaú BBAO endividamento do setor sucroalcooleiro atingiu R$ 50,5 bilhões na safra 2014/2015, encerrada em março, alta de 12% sobre a dívida de R$ 45,1 bilhões da safra anterior, de acordo com avaliação preliminar do diretor de agronegócios do Itaú BBA, Alexandre Enrico Figliolino. 

Fonte: Zineb Benchekchou/Embrapa

A dívida por tonelada de cana processada avançou de R$ 105 para R$ 118, informou o executivo a partir de uma avaliação no setor feita com dados de 65 grupos, capazes de processar 429 milhões de toneladas por safra, ou 72% da moagem do Centro-Sul do País.

Segundo o diretor do Itaú BBA, o investimento do setor sucroenergético caiu 15% em 2014/2015 ante a safra passada, para R$ 10,4 bilhões, recuo motivado pela crise no setor e ainda pela alta no dólar.

Na avaliação de Figliolino, entre os 65 grupos avaliados, apenas 11 possuem uma situação considerada boa atualmente, com operação ajustada e baixa alavancagem. Outros 30 estão em situações medianas e 19 possuem endividamento alto ou geração de caixa operacional insuficiente para cobrir os investimentos e serviços de dívida.Os cinco grupos restantes estão em recuperação judicial ou já fechados.

– Se não houver uma política para o setor, o risco é grande para os 19 grupos que estão sem situação ruim – afirmou ele durante evento da Canaplan, em Ribeirão Preto (SP).

Para a safra 2015/2016, o cenário é mais positivo para o setor, na avaliação de Figliolino. Segundo ele, com a crise na Petrobras, a gasolina não deve mais operar com defasagem de preços em relação ao mercado internacional, o que deve incentivar o consumo de etanol. O executivo avalia ainda que os leilões de compra de energia de biomassa na próxima semana também devem fomentar investimentos no setor.

– O etanol e a bioenergia podem comandar a retomada do setor – afirmou.

Ainda segundo o executivo, o cenário futuro é favorável também à retomada na consolidação de usinas e à volta de grupos estrangeiros no setor. No entanto, de acordo com Figliolino, esses grupos estrangeiros devem formar parcerias com companhias nacionais nos possíveis futuros investimentos em açúcar, etanol e bioenergia. 

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