A alta registrada pelos contratos futuros de açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) na última semana fez com que as exportações da commodity pelos produtores brasileiros voltassem a remunerar mais que as vendas internas após quase sete meses.
Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), entre 23 e 27 de maio a remuneração no exterior foi 1,95% superior à observada no spot paulista, algo que não ocorria desde a segunda quinzena de outubro. “A sustentação nos preços em Nova York foi motivada pelo déficit global. Nem mesmo a alta do dólar na semana foi suficiente para frear o aumento nas cotações”, destacou o Cepea em relatório antecipado.
De acordo com o centro de estudos, a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq foi de R$ 76,22/saca. Já as cotações do contrato para julho na Bolsa de Nova York equivaleriam a um preço médio de R$ 77,71/saca.
“No mercado interno, representantes de muitas usinas mantiveram seus preços firmes, motivados pela elevação das cotações no mercado internacional. Com o tempo mais firme em quase toda a semana, a produção de açúcar foi praticamente normalizada”, acrescentou o Cepea. “Parte das usinas, no entanto, ofertou menor volume de açúcar, atenta à previsão de chuva nesta semana.”
Quanto à demanda, o Cepea informou que esta se manteve estável na última semana. A maior parte das negociações, no entanto, concentrou-se até quarta-feira (25), véspera do feriado de Corpus Christi.