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Exportação de açúcar volta ser mais vantajosa do que venda interna

Valorização do dólar contribui para retomada das exportações depois de seis meses de desvantagem

As exportações de açúcar voltaram a remunerar mais do que a comercialização interna, após seis meses de desvantagem. De acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), de 24 a 28 de agosto os embarques renderam 4,68% mais que as vendas no spot paulista, praça de referência para o país. Enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq foi de R$ 47,07/saca de 50 kg, as cotações do contrato com vencimento em outubro na Bolsa de Nova York equivaleriam a R$ 49,27/saca.

– O prêmio de qualidade do açúcar cristal Icumsa 150 para exportação seguiu firme e as cotações do demerara voltaram a subir na Bolsa de Nova York. Além disso, a valorização de 3% do dólar frente ao real no comparativo das duas últimas semanas também reforçou a retomada da vantagem das exportações – explicou o centro de estudos, em relatório. 

Ainda de acordo com o Cepea, o açúcar cristal remunerou 24% mais do que o etanol anidro e 31% mais do que o hidratado na semana passada. Comparando-se os dois tipos de etanol, o anidro remunerou 6% mais que o hidratado. 

Etanol

demanda aquecida por etanol hidratado em agosto contrabalançou a pressão que o avanço da colheita da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil exerceu sobre os preços ao longo do mês. Conforme cálculos do Cepea, a cotação cedeu apenas 0,2%, para R$ 1,1769 o litro, ante queda de 1,8% do anidro, biocombustível misturado em 27% à gasolina. Os preços, para o produto retirado na usina paulista, não incluem impostos.

Para setembro a expectativa é de preços “um pouco” mais firmes em relação aos de agosto, “refletindo a ausência de algumas usinas no spot e os possíveis efeitos climáticos do El Niño (mais chuvas, o que atrapalha a colheita)”. Na média de agosto, o ajuste do contrato para setembro de 2015 do etanol hidratado na BM&FBovespa foi de R$ 1.172,00 por metro cúbico, 6% acima da média praticada no mercado físico no período, de R$ 1.105,50 por metro cúbico.

Em relação a agosto, o Cepea aponta também como fatores de pressão sobre os preços, a maior oferta pelas usinas – algumas das quais tiveram de “fazer caixa” – e o menor interesse de compra por parte de distribuidoras abastecidas. 

– Por outro lado, o maior volume negociado para o mercado externo amenizou a pressão sobre o valor doméstico – ponderou.

Principal associação do setor sucroenergético, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou recentemente que a moagem de cana na primeira quinzena de agosto saltou 6% ante a observada em igual período do ano passado, para 47,40 milhões de toneladas. A fabricação de etanol total (anidro mais hidratado) aumentou na mesma proporção, para 2,16 bilhões de litros. 

Nos postos, o etanol hidratado mantém vantagem sobre a gasolina em seis estados brasileiros há 31 semanas. São eles: São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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