A Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) avalia que as perdas nos canaviais do estado por causa das geadas em junho foram pontuais e não alteraram a previsão de processar até 52,1 milhões de toneladas de cana na atual temporada, iniciada em abril.
“Apesar de ter atingido uma área significativa no sul do estado, os impactos da geada na cana não foram suficientes para alterar nossa previsão de safra”, afirmou o presidente da entidade, Roberto Hollanda Filho.
De acordo com a Biosul, as geadas, que se concentraram entre os dias 11 e 14 de junho, afetaram principalmente as plantações localizadas ao sul do município de Dourados. A região possui sete unidades, incluindo empresas da Raízen, joint venture entre Shell e Cosan, e da Adecoagro. A entidade explicou que o impacto sobre a cana foi “nulo” porque as plantas foram cortadas logo na sequência do fenômeno, evitando, assim, a “queima”.
Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor do país. Se confirmada, a previsão de processamento da entidade representaria um aumento de 7,3% em relação às 48,6 milhões de toneladas da safra anterior. A Biosul espera recuperação na produção de açúcar, que deve chegar a 1,9 milhão de toneladas, aumento de 45%. No caso do etanol, devem ser produzidos 2,820 bilhões de litros, sendo 2,020 bilhões para etanol hidratado e 800 milhões de litros para o etanol anidro. O mix deve ser de 70% da cana destinada para o etanol.