Levy destacou que quando ajustes são feitos de maneira firme e equilibrada a reação da economia é “muito rápida”. Questionado em entrevista à TV Globo exibida nesta quarta, dia 17, sobre elevar a alíquota da Cide sobre a gasolina, Levy respondeu que “é uma possibilidade, existem outras”. A alíquota da Cide, um tributo que incidia sobre combustíveis, foi zerada pelo governo em 2012. Grande parte do setor sucroenergético brasileiro considera a retomada do imposto favorável à competitividade do etanol.
– (O ajuste) tem que ser balanceado. E na medida do necessário a gente pode considerar também algum ajuste de impostos, sempre olhando a compatibilidade com o objetivo de aumentar a taxa de poupança – afirmou.
Sobre a economia brasileira, que saiu da recessão técnica no terceiro trimestre com uma expansão mínima de 0,1%, Levy destacou que a “experiência mostra que quando se faz ajustes de maneira firme e equilibrada a reação é muito rápida”. Ele ainda disse acreditar que a inflação irá entrar em processo de queda em devido momento diante do trabalho fiscal, e considera que o Banco Central está vigilante e tomará medidas adequadas.
Em outubro, o BC iniciou um novo ciclo de alta do juro básico da economia brasileira, que agora se encontra em 11,75% ao ano, como forma de combater mais duramente a inflação. Depois de o dólar ter chegado a bater R$ 2,76 terça, dia 16, no mercado brasileiro, Levy disse que é preciso ver como a cotação da moeda norte-americana vai evoluir, uma vez que a queda do petróleo traz aversão ao risco e há tendência de alta do dólar diante do crescimento da economia dos Estados Unidos.
Questionado ainda sobre se o Tesouro poderia socorrer a Petrobras, que passa por uma das maiores crises de sua história diante de denúncias de corrupção, Levy disse que a capacidade de reação da petroleira é forte e que ela saberá como se ajustar. Mas “se o acionista majoritário vai ser alguma vez solicitado, acho que ainda é cedo para a gente realmente fazer um julgamento”, completou.
Joaquim Levy compõe a nova equipe econômica ao lado de Nelson Barbosa, indicado para o Ministério do Planejamento, e Alexandre Tombini, que seguirá à frente do BC, com perfil econômico mais ortodoxo e discurso de maior rigor fiscal.