Moagem de cana no Centro-Sul espera aumento de até 5%

Fabricação de açúcar em 2016/2017 no Centro-Sul pode variar de 32,9 milhões a 33,7 milhões de toneladas

A Agroconsult projetou na manhã desta sexta, dia 6, que as usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil processarão entre 615 milhões e 630 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2016/2017, que se inicia em abril do ano que vem. Com isso, o processamento na próxima temporada pode ser de 2,5% a 5% maior ante ao recorde de 600 milhões de toneladas previstas pela consultoria para o atual ciclo. 

Conforme o sócio analista da Agroconsult, Fabio Meneghin, essa expansão está relacionada à melhor rebrota da cana desde 2010, ao alongamento de safra por algumas usinas e à reativação de certas unidades, principalmente no Nordeste. 

Além disso, sobrarão em torno de 20 milhões de toneladas de cana da safra 2015/2016 para serem processadas no ano que vem. Em 2015, o processamento foi prejudicado por chuvas em excesso em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Açúcar 

Quanto aos produtos, a Agroconsult projetou que a fabricação de açúcar em 2016/2017 no Centro-Sul pode variar de 32,9 milhões (+2,8%) a 33,7 milhões de toneladas (+5,3%). 

Etanol

A produção de etanol tende a crescer para algo entre 27,8 bilhões (+3,6%) e 28,5 bilhões de litros (+6,2%).

ATR

O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) também tende a melhorar na próxima safra, para algo perto de 134,5 kg por tonelada de cana processada, ante 132,7 kg em 2014/2015.

Dívidas

Meneghin afirmou ainda que o endividamento atual do setor sucroenergético é da ordem de R$ 80 bilhões. “A dívida é igual ao faturamento. O setor, hoje, deve uma safra”, comentou. 

Conforme ele, a melhor rentabilidade do açúcar neste fim de ano e a alta dos preços do etanol já ajudam as usinas a, “pelo menos, pagar os juros da dívida”.

Para o próximo ano, Meneghin prevê margens de lucro de 20% para o açúcar e de 14% para o etanol, bem acima dos 6% e 7%, respectivamente, observados em 2014/2015. Com isso, a aposta é de que comece a haver um melhor tratamento de soqueiras e expansão da renovação de canaviais, mas ainda seria cedo para novas usinas (greenfields). Atualmente, o setor sucroenergético trabalha com 90% da capacidade instalada, disse o sócio analista.