A produção de etanol deve subir 0,9% na safra 2014/2015, a 25,81 bilhões de litros, enquanto o açúcar deve registrar queda de 6,88%, para 31,94 milhões de toneladas.
A menor moagem foi atibuída à queda da produtividade da lavoura, em grande parte provocada pela seca registrada em várias regiões produtoras, especialmente São Paulo e Minas Gerais. Segundo dados do centro de Tecnologia Canavieira (CTC) citados pela Unica, a produtividade da área colhida até o final de novembro apresentou retração de 7,8% no Centro-sul em relação ao mesmo período de 2013, chegando a atingir 12,1% em São Paulo.
– O impacto da estiagem sobre a safra de cana só não foi maior porque houve aumento de área e produtividade em algumas regiões que não foram atingidas pela falta de chuva – disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, citando os bons resultados em Mato Grosso do Sul e Goiás.
De acordo com Rodrigues, a situação levou a maior parte dos produtores a operarem com capacidade ociosa, “pressionando os custos de produção e dificultando qualquer retomada de margens nesse momento”. Segundo ele, algumas unidades conseguiram compensar a queda na receita com venda de energia elétrica, mas foram casos pontuais.
Para a próxima safra, a Unica demonstra um otimismo cauteloso, acreditando que as condições de mercado tendem a ser mais positivas ao produtor, por conta da tendência de reversão do superávit de açúcar no mercado internacional, junto com a valorização do dólar e mudanças nas condições do mercado de etanol, especificamente a redução da alíquiota do ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) em Minas Gerais, a expectativa de anúncio do aumento da mistura de etanol anidro e a possível retomada das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, de acordo com as sinalizações dadas pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.